domingo, 16 de junho de 2019

MUNDO: Super lotação no Everest. (2o bimestre).




O Monte Everest, o mais alto do mundo, tem registrado tragédias consecutivas. Nos últimos 12 dias, 10 pessoas morreram tentando escalar a montanha, que fica na Cordilheira do Himalaia, entre o Nepal e o Tibete, na China. As duas vítimas mais recentes são um britânico e um irlandês, cujos falecimentos foram confirmados no sábado, 25. As mortes levantaram suspeitas e denúncias de uma superlotação no Monte Everest nesta temporada, iniciada em 14 de maio - o período entre o fim de abril e o mês de maio é considerado mais vantajoso para a escalada devido às condições meteorológicas-. Guias locais, alpinistas e turistas acusam as autoridades do Nepal de concederem um número recorde de permissões para escaladas nesta temporada: foram 381 permissões, ao preço de US$ 11 mil por pessoa. Como cada titular de permissão é acompanhado por um guia, passa de 750 o número de pessoas na rota para a escalada.

Somente na última quinta-feira (22), 123 pessoas alcançaram o cume do Monte Everest, a 8.848 metros de altura. Uma foto publicada no Instagram por um alpinista, Nirmal Purja, mostrou uma multidão de 320 pessoas, em fila, tentando escalar a montanha naquele dia. Viralizando nas redes sociais, a imagem expôs a crise.

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A superlotação gera filas e engarrafamentos de até 12 horas em áreas de risco, entre elas a chamada "zona da morte". A exposição por longo período a condições extremas e a um fluxo de oxigênio escasso pode levar à morte.

Rafael Almeida, NE Notícias
28 DE MAIO DE 2019 | ATUALIZADO EM: 28 DE MAIO DE 2019, 11:24

A superlotação das grandes cidades, congestionamentos, horas em filas de banco tem deixado as pessoas estressadas e com problemas sérios de saúde, mas o que você não esperava saber neste momento é que a superlotação também tem matado pessoas. Para ser mais exato, 11 pessoas.
Em início de conversa, é melhor esclarecer que essa superlotação não está acontecendo em qualquer lugar, mas no ponto mais alto de todo o mundo, o Monte Everest, no Nepal. Ano após ano alpinistas desejam superar seus limites e conquistar o objetivo de estar nas alturas e esse desejo tem despertado a curiosidade mais e mais pessoas, incluindo as agências de turismo que tem levado pessoas para subir a montanha, muitas vezes sem nenhuma experiência com o alpinismo.

Esse crescimento exagerado do fluxo de pessoas na montanha tem provocado congestionamentos e filas nos 300 metros finais da subida. No pico, que estima-se ter o tamanho de duas mesas de pingue-pongue, estava lotada com 15 ou 20 pessoas se empurrando para fazer uma “selfie” e registrar o momento. Alpinistas que conseguiram chegar relatam que corpos de mortos estavam expostos no caminho de volta.

Outro grande problema se refere ao governo nepalês que, afeito aos dólares que arrecada com o Everest, emitiu mais permissões do que a área é capaz de suportar com segurança, afirmam escaladores veteranos.

De acordo com guias e alpinistas experientes, boa parte das mortes ocorridas em 2019 foram ocasionadas pelas longas filas nos últimos 300 metros da escalada, pois o engarrafamento dificulta a subida e descida suficientemente rápidas para reabastecer o estoque de oxigênio. As outras vítimas não tinham treinamento suficiente para estar na montanha.

Pelo menos 11 pessoas morreram nesta temporada de escaladas no monte Everest, montanha que fica na fronteira entre o Nepal e o Tibete. A maioria das mortes foi atribuída ao cansaço dos alpinistas — piorado, segundo os mais experientes, devido à superlotação no caminho de subida e descida do topo.
Neste ano, o governo nepalês bateu um recorde histórico no número de passes concedidos para a subida: 381. Cada titular de uma permissão é acompanhado por um guia, o que significa que mais de 750 pessoas estão na rota para a escalada.

A montanha é a mais alta do mundo, com 8.848 metros de altitude. O final do mês de abril e o mês de maio são considerados os melhores para escalada.

Esta é a temporada em que mais pessoas morreram?


Não.Em 2015, pelo menos 22 pessoas morreram depois de uma avalanche no monte, causada pelo terremoto que atingiu o Nepalnaquele ano. A tragédia foi ainda pior do que a do ano anterior, quando 16 guias — todos do grupo étnico Sherpa — morreram na montanha.
As mortes de 2014 fizeram com que os guias encerrassem mais cedo a temporada de escaladas no monte e levaram o governo nepalês a aumentar o seguro de vida dos guias para US$ 15 mil (cerca de 1,67 milhão de rúpias nepalesas), segundo a revista "National Geographic". Cada guia nepalês costuma subir e descer o monte 30 vezes por temporada.

Por que o monte está tão cheio?


Cada pessoa precisa pagar por uma permissão para subir o Everest, que custa US$ 11 mil (cerca de R$ 44,2 mil). Entre abril e maio, o número de alpinistas aumenta, pois as condições são menos extremas. A lotação pode estar associada a uma menor "janela" de subida permitida pelas condições climáticas.


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É certo que a superlotação causou as mortes?

Segundo o governo nepalês, não. O diretor-geral do departamento de turismo do Nepal, Danduraj Ghimire, afirmou em entrevista ao "The New York Times", no domingo (26), que o grande número de mortes neste ano não estava relacionado à superlotação, mas ao fato de que havia menos dias de tempo bom para os escaladores chegarem ao cume com segurança.

Uma causa para a menor "janela" de subida pode ter sido o ciclone Fani, que atingiu Índia e Bangladesh, diz a BBC. Depois da passagem do ciclone, o tempo piorou no Himalaia nepalês, o que obrigou o governo a suspender atividades de montanhismo por pelo menos dois dias.
Isso atrasou os preparativos de subida. Quando surgiu a primeira oportunidade, poucas equipes começaram a escalada — a maior parte esperou pela segunda "janela". Assim, a quantidade de pessoas no pé da montanha continuou a aumentar — outro fator que contribuiu para as filas.

Quantas pessoas já chegaram ao topo do Everest?


De acordo com a base de dados do Himalaia, 5.294, até dezembro passado. Dessas, 1.211, a maioria delas guias da etnia Sherpa, chegaram várias vezes, o que leva o número de escaladas até o topo a 9.159.

Os primeiros, o neozelandês Edmund Hillary e o nepalês Sherpa Tenzing Norgay, chegaram ao topo em 1953. A primeira mulher a alcançar o cume foi a japonesa Junko Tabei, em 1975, e desde então 548 subidas ao topo foram feitas por mulheres.

A maior parte das expedições ao Everest dura cerca de dois meses, de acordo com o Conselho Britânico de Alpinismo. Os escaladores começam a chegar aos acampamentos de base no fim de março — enquanto o dia de chegada ao topo costuma ser uma data no meio de maio, quando as temperaturas estão mais amenas e os ventos, mais fracos.

Por volta da meia-noite, começa a subida, para que os alpinistas estejam no topo pela manhã. O lado sul, nepalês, é o mais popular entre os alpinistas: das chegadas até o topo, 5.888 foram feitas pelo lado do Nepal, e as outras 3.271 pelo lado tibetano.

Entre 1924 e 2018, 295 pessoas morreram tentando escalar o Everest.

O que acontece com o corpo humano a tantos metros de altura?

Escaladas em altas altitudes podem causar problemas ao corpo humano. Por isso, alpinistas devem tomar certos cuidados. Saiba mais abaixo:
·         Doença Aguda das Montanhas (AMS, na sigla em inglês)
O primeiro sinal é dor de cabeça — seguida de perda de apetite, náusea, vômitos, fraqueza, tontura, fadiga e dificuldade para dormir.

A causa, de acordo com o Instituto de Medicina de Altitude, não é clara, mas a hipótese é de que a falta de oxigênio no sangue faça com que os vasos sanguíneos do cérebro dilatem, o que causa a dor de cabeça. A recomendação da Associação de Resgate do Himalaia, no Nepal, é de descer a altitudes mais baixas imediatamente se a dor de cabeça não passar com aspirina.

·         Edema cerebral ou edema pulmonar de alta altitude
Se evoluir, a AMS pode se tornar um edema cerebral de alta altitude. O pequeno inchaço cerebral da AMS progride para dor de cabeça intensa, confusão, letargia, falta de coordenação, irritabilidade, vômitos, convulsões, coma e morte, se não for tratado. A primeira providência é descer imediatamente para altitudes mais baixas.

Já o edema pulmonar de alta altitude é um acúmulo de líquido nos pulmões que atrapalha a troca de oxigênio e pode matar. Os primeiros sintomas são a falta de ar com exercício, e, à medida que mais fluido se acumula nos pulmões, progridem para falta de ar severa mesmo em repouso, tosse persistente, aperto no peito, fraqueza severa e, finalmente, coma e morte.

·         Congelamento
É mais comum nos dedos das mãos, pés, nariz, orelhas, bochechas e queixo. Conforme progride, afeta todas as camadas da pele, incluindo os tecidos que se encontram abaixo. A pele fica branca ou azulada e a pessoa perde toda a sensação de frio, dor ou desconforto na área afetada. Articulações ou músculos podem não funcionar mais. Se evoluir para gangrena, o tecido morre devido à perda de circulação na área afetada, o que pode resultar em amputação.

·         Ceratite ultravioleta
Espécie de queimadura solar que afeta os olhos em vez da pele. Ocorre quando raios ultravioleta são refletidos por neve e gelo. A exposição a eles pode danificar temporariamente a córnea, causando cegueira passageira.


Fonte: Globo.com.br

Comentário:
Uma catástrofe. Esse lugar não pode ter uma quantidade de pessoas assim. Ninguém poderia pensar que o Everest iria suportar essa super-lotação, esse ano já ultrapassou a porcentagem de mortalidade, e isso significa um grande impacto para visitação do local. 

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