domingo, 16 de junho de 2019

Te contei: Fungo na unha (2o bimestre).




Onicomicose
Onicomicose ou tinha das unhas é uma infeção fúngica das unhas. Os sintomas são descoloração branca ou amarela da unha, espessamento da unha e separação da unha da pele. Embora possa afetar todas as unhas, é mais comum nas unhas dos pés.  Entre as possíveis complicações está a Celulite da perna.

A onicomicose pode ser causada por diversos fungos, sendo os mais comuns dermatófitos e Fusarium. Entre os fatores de risco estão o pé de atleta, outras doenças da unha, exposição a alguém com a doença, doença arterial periférica e imunossupressão. O diagnóstico é geralmente suspeitado com base na aparência e confirmado com exames de laboratório.

Resultado de imagem para fotos Onicomicose


A onicomicose não requer necessariamente tratamento. O antifúngico terbinafina por via oral aparenta ser o mais eficaz, estando no entanto associado a problemas no fígado. Cortar as unhas de forma rente durante o tratamento também aparenta ter utilidade. Existe um verniz contendo ciclopirox, embora não seja tão eficaz. Em metade dos casos que são tratados, a doença volta a ocorrer. Não voltar a usar o mesmo calçado após o tratamento pode diminuir o risco de recorrência.

A onicomicose ocorre em cerca de 10% da população adulta. A doença afeta com maior frequência pessoas idosas e é mais comum entre homens do que entre mulheres. Os casos de onicomicose correspondem a cerca de metade dos casos de doenças das unhas. A causa fúngica da condição foi determinada pela primeira vez em 1853 por Georg Meissner.

Resultado de imagem para fotos Onicomicose



Fonte: Wikipédia


Comentário:
É preciso ficar atento a qualquer alteração no aspecto das unhas, já que a infecção causada pelos fungos é de difícil tratamento.
A grande maioria das pessoas, em algum momento da vida, terá uma micose na unha. As chamadas onicomicoses (infecções causadas por fungos nas unhas) surgem como manchas brancas, amarelas ou até negras, e não são tão inofensivas como parecem. Elas expõem o nosso corpo a outros microrganismos, que podem se aproveitar do ambiente "desprotegido" para penetrar no organismo e causar danos mais graves do que o efeito estético – unhas frágeis, tortas ou quebradiças.


Saúde e Bem Estar: Campanhas de vacinação de 2019 (2o bimestre).




Essa é a última semana de vacinação contra a gripe nos postos de saúde de todo o Brasil. A campanha encerra na sexta-feira (31). A imunização é para grupos prioritários e integrante de forças de segurança e de salvamento.

A campanha  começou no dia 10 de abril e o último balanço do Ministério da Saúde mostra que até o dia 21 de maio 63% do público-alvo havia se vacinado.


Resultado de imagem para fotos Campanhas de vacinação de 2019


Devem receber a dose crianças com idade entre 6 meses e menores de 6 anos; grávidas em qualquer período gestacional; puérperas (até 45 dias após o parto); trabalhadores da saúde; povos indígenas; idosos; professores de escolas públicas e privadas; pessoas com comorbidades e outras condições clínicas especiais; adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas; funcionários do sistema prisional e pessoas privadas de liberdade.

Profissionais das forças de segurança e salvamento também passaram a fazer parte do público-alvo da campanha neste ano. Por meio de nota, o ministério informou que o grupo inclui policiais civis, militares, bombeiros e membros ativos das Forças Armadas, totalizando cerca de 900 mil pessoas.
A vacina
O Ministério da Saúde informou, em nota, que, em relação ao ano passado, houve alteração de duas cepas na vacina. Em função da mudança na composição, a pasta considera “imprescindível” que os grupos selecionados recebam a nova dose este ano ainda que já tenham sido imunizados anteriormente.


Resultado de imagem para fotos Campanhas de vacinação de 2019


Serra Gaúcha atinge cerca de 40% da meta de vacinação contra a gripe

Faltando 10 dias para encerrar a campanha de vacinação contra a gripe, a Serra Gaúcha atingiu 39,14% da meta. A imunização deve ser feita em 300 mil pessoas na região. O balanço é da 5ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), que abrange 49 municípios.

O número oficial, no entanto, pode ter distorções. Isso porque alguns municípios não atualizam dados ao Estado. Um exemplo é Caxias do Sul. A CRS tem registrada a imunização de 22% da meta. No entanto, a prefeitura aponta que, desde o início da campanha, foram aplicadas 43,7 mil doses, o que corresponde a 37,87% da meta.

A 5ª Coordenadoria Regional de Saúde pede que a população compareça às Unidades Básicas de Saúde (UBSs) para garantir a imunização. Em Caxias, as doses estão disponíveis à população nas 47 UBSs e não há registro de faltas nesta semana.

Os grupos prioritários são crianças maiores de seis meses e menores de 5 anos, gestantes, mulheres que deram à luz há 45 dias, pessoas com mais de 60 anos, trabalhadores da saúde e pessoas com problemas respiratórios, cardíacos e com baixa imunidade, com orientação médica.

A vacinação segue até o dia 22 deste mês nas Unidades Básicas de Saúde.



Resultado de imagem para fotos Campanhas de vacinação de 2019



Flores da Cunha já atingiu 51% da meta de vacinação contra a gripe

Até o último sábado, quando ocorreu o Dia D, foram vacinadas mais de 2,8 mil pessoas
Faltando pouco mais de uma semana para o encerramento da campanha de vacinação contra a gripe, Flores da Cunha já atingiu 51% da meta de imunização. Até o último sábado, quando ocorreu o Dia D, foram vacinadas mais de 2,8 mil pessoas.

Destas, receberam a vacina 1.896 pessoas acima de 60 anos, 613 crianças, 212 trabalhadores da saúde, 109 gestantes e 34 mulheres até 45 dias após o parto.

De acordo com a coordenadora da Vigilância Epidemiológica do município, Eliane Boff Casagranda, no sábado a procura ficou abaixo da expectativa, mas a meta deve ser atingida até o dia 22 de maio.

- Flores da Cunha continua com estoque de vacina para atingir o objetivo de imunizar 5.548 pessoas - afirma.

Começa segunda fase de campanha de vacinação contra gripe

Nesta segunda, 22, mobilização por vacina se estende a idosos, povos indígenas, professores, entre outros grupos
A vacinação pública é destinada a grupos que estão especialmente expostos ao vírus da gripe (influenza) ou correm maior risco de complicações. Este ano, foram disponibilizadas 63,7 milhões de doses.

Inicia-se nesta segunda-feira, 22, a segunda fase da Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe. A partir de hoje, o restante do público-alvo pode se dirigir aos postos de saúde para se imunizar. Fazem parte desse público:
Idosos
Trabalhadores da saúde
Povos indígenas
Professores de escolas públicas e privadas
Pessoas com comorbidades e outras condições clínicas especiais (estão incluídos neste grupo quem tem doenças respiratórias crônicas, doenças cardíacas crônicas, doenças neurológicas crônicas, doenças hepáticas crônicas, doenças renais crônicas, diabetes, obesidade, imunossupressão, trissomias e transplantados)
Adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas
Funcionários do sistema prisional
Pessoas privadas de liberdade

A primeira fase da campanha, que teve início em 10 de abril, vacinou crianças, gestantes e puérperas. De acordo com o ministério, 41.800 postos de vacinação estão à disposição da população até o dia 31 de maio. O Dia D, em que a vacinação se intensifica e há uma grande mobilização nacional, está marcado para o dia 4 de maio.

A vacinação pública é destinada a grupos que estão especialmente expostos ao vírus da gripe (influenza) ou correm maior risco de complicações. Este ano, foram disponibilizadas 63,7 milhões de doses. A meta é imunizar 90% do público-alvo. Quem não faz parte do grupo de risco também deve se vacinar. Neste caso, é necessário recorrer a clínicas privadas. O preço da injeção (dose única) varia de 90 a 200 reais.

Ao contrário de outros vírus, como da febre amarela, sarampo ou rubéola, o da gripe passa por constantes mutações, por isso é necessário vacinar-se todo ano. A vacina é atualizada anualmente para proteger contra o tipo mais provável de se disseminar naquele determinado ano.
Com a ajuda de diversas instituições espalhadas pelo mundo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) descobre quais tipos do vírus da gripe estão circulando e provocam os maiores estragos. Portanto, devem entrar na composição da vacina. Em 2019, os agentes escalados para a vacina trivalente, disponível na rede pública, foram:

A/Michigan/45/2015 (H1N1)pdm09
A/Switzerland/8060/2017 (H3N2)
B/Colorado/06/2017 (linhagem B/Victoria/2/87)
Somente o vírus H1N1 se manteve o mesmo de 2018. O H3N2 e o tipo B foram alterados em relação à versão anterior. Na rede particular, a vacina disponível é a tetravalente – além dos três subtipos acima, inclui o tipo B Yamagata.

É importante ressaltar que a vacina não causa a doença. O imunizante é feito com vírus inativados. Ou seja, eles não são capazes de causar mal algum. Pessoas que relatam sintomas de gripe – como febre, dor no corpo, coriza e cansaço pouco tempo após a vacina – contraíram o vírus antes do período em que o imunizante faz efeito (duas a três semanas). Por isso, é importante tomar a vacina antes do inverno chegar. Também é possível que a pessoa seja infectada por um vírus que não está presente na vacina. Mesmo nesse caso, a vacinação é positiva. Os sintomas da infecção serão menos graves em quem está imunizado.

A doença

A influenza é uma doença sazonal, mais comum no inverno, que causa epidemias anuais. Há anos com maior ou menor intensidade de circulação desse tipo de vírus – e, consequentemente, maior ou menor número de casos e mortes.

No Brasil, devido a diferenças climáticas e geográficas, podem ocorrer diferentes intensidades de sazonalidade da influenza e em diferentes períodos nas unidades federadas. No caso específico do Amazonas, a circulação, de acordo com o ministério, segue o período sazonal da doença potencializado pelas chuvas e enchentes e consequente aglomeração de pessoas. Por lá, a campanha de vacinação começou em março, quando houve um aumento de casos da doença.
Até o fim de março, antes do lançamento da campanha, foram registrados 255 casos de influenza em todo o país, com 55 mortes. O subtipo predominante no país é influenza A H1N1, com 162 casos e 41 óbitos. O Amazonas foi o estado com mais casos registrados: 118 casos e 33 mortes. Por isso, a campanha foi antecipada no estado.

Sintomas, prevenção e tratamento

Os sintomas mais comuns da gripe são: calafrio, febre; dor no corpo, de cabeça e nos olhos; sensação de ardor no peito, coriza, tosse, congestão nasal, náusea, vômitos e fadiga. Ao contrário do resfriado, que progride lentamente, os sintomas da gripe aparecem repentinamente e persistem por cerca de uma semana.

Não há um remédio que cure a gripe. É preciso esperar o vírus sair do organismo para a doença ir embora. O fosfato de oseltamivir (Tamiflu, nome comercial), um antiviral específico para a gripe, apenas acelera a recuperação e ajuda a prevenir complicações. É importante consultar um médico e esperar que ele prescreva o tratamento, que inclui remédios que controlam o mal-estar e outros sintomas da gripe.

Hidratação adequada. alimentação equilibrada e descanso também ajudam a amenizar os sintomas. Além da vacina, lavar bem as mãos e evitar locais fechados e cheios de pessoas, especialmente durante os meses mais frios, diminui o risco de contágio.



Fonte: Sites do ministério da saúde.


Comentário:
Já estamos na época de sinais de gripe. Teremos mais uma vez dificuldades de lidar com isso.  Muitos sabem que a vacinação contra gripe  depende da quantidade certa de frascos para a vacinação.  A escolha, de acordo com o Ministério da Saúde, foi feita por causa da maior vulnerabilidade do grupo. Esse ano, a vacina trivalente ofertada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para grupos específicos  protegerá contra os vírus H1N1, o H3N2 e o influenza do tipo B Victoria.
Já as versões tetravalentes, disponíveis apenas na rede particular, resguardam contra os subtipos mencionados logo acima e também o tipo B Yamagata.


POLÍTICA: Presidente do Irã sugere referendo sobre programa nuclear (2o bimestre).




TEERÃ, 27 MAI (ANSA) – Em meio a tensões com os Estados Unidos, o presidente do Irã, Hassan Rohani, defendeu que poderá realizar um referendo público sobre o programa nuclear de Teerã, informou neste domingo (26) a agência estatal “Irna”.


Resultado de imagem para fotos do Irã
   

O referendo poderia fornecer cobertura política para o governo iraniano aumentar seu enriquecimento de urânio, proibido pelo acordo nuclear de 2015.   

De acordo com o presidente, o método “pode tirar o país de um beco sem saída e abrir o caminho”. Rohani também afirmou que sugeriu em 2004 um referendo sobre o tema ao líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, mas apesar dele ter concordado, a eleição de Mahmoud Ahmadinejad o fez continuar por outro caminho.   

No encontro com os editores dos principais jornais iranianos, Rohani acrescentou que é necessário “acabar com a guerra econômica o mais rápido possível, porque todo o sofrimento recai sobre o povo”. O chefe de Estado também convidou a imprensa a “estudar cuidadosamente” o artigo 134 da Carta Magna, segundo o qual é o presidente quem “determina os programas do governo e aplica as leis”.   

Nos últimos dias, Khamenei criticou publicamente Rohani e seu ministro das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, por repetidamente buscar o acordo nuclear de 2015, do qual os Estados Unidos se retiraram no ano passado.  

Além de defender a realização do referendo, o Irã enviou cartas para os líderes do Japão, Reino Unido, China e das nações da União Europeia informando sua decisão. “Se os cinco países se juntarem às negociações e ajudarem o Irã a alcançar benefícios no campo petrolífero e bancário, o Irã retomará os compromissos assumidos no acordo nuclear”, afirmou Rohani.   
Segundo o acordo, Teerã pode manter reservas que não ultrapassem mais de 300 quilos de urânio de baixo índice de enriquecimento.   

No entanto, o número é muito inferior aos 10 mil de urânio enriquecido que já possui.(ANSA).


Fonte: Isto é, noticias.uol


Comentário:
Já faz algum tempo que esse país não tenha desenvolvido projetos nucleares dessa maneira. De ter que lidar com uma fonte de energia devastadora requer altos custos de vida. O mundo já fica aterrorizado por coisas assim, se o Irã tiver algum objetivo que talvez possa ser útil ou não, será uma decisão tomada por um governo que já saiba o que esta fazendo com esse recurso.

MUNDO: Super lotação no Everest. (2o bimestre).




O Monte Everest, o mais alto do mundo, tem registrado tragédias consecutivas. Nos últimos 12 dias, 10 pessoas morreram tentando escalar a montanha, que fica na Cordilheira do Himalaia, entre o Nepal e o Tibete, na China. As duas vítimas mais recentes são um britânico e um irlandês, cujos falecimentos foram confirmados no sábado, 25. As mortes levantaram suspeitas e denúncias de uma superlotação no Monte Everest nesta temporada, iniciada em 14 de maio - o período entre o fim de abril e o mês de maio é considerado mais vantajoso para a escalada devido às condições meteorológicas-. Guias locais, alpinistas e turistas acusam as autoridades do Nepal de concederem um número recorde de permissões para escaladas nesta temporada: foram 381 permissões, ao preço de US$ 11 mil por pessoa. Como cada titular de permissão é acompanhado por um guia, passa de 750 o número de pessoas na rota para a escalada.

Somente na última quinta-feira (22), 123 pessoas alcançaram o cume do Monte Everest, a 8.848 metros de altura. Uma foto publicada no Instagram por um alpinista, Nirmal Purja, mostrou uma multidão de 320 pessoas, em fila, tentando escalar a montanha naquele dia. Viralizando nas redes sociais, a imagem expôs a crise.

Resultado de imagem para fotos super lotação no everest.



A superlotação gera filas e engarrafamentos de até 12 horas em áreas de risco, entre elas a chamada "zona da morte". A exposição por longo período a condições extremas e a um fluxo de oxigênio escasso pode levar à morte.

Rafael Almeida, NE Notícias
28 DE MAIO DE 2019 | ATUALIZADO EM: 28 DE MAIO DE 2019, 11:24

A superlotação das grandes cidades, congestionamentos, horas em filas de banco tem deixado as pessoas estressadas e com problemas sérios de saúde, mas o que você não esperava saber neste momento é que a superlotação também tem matado pessoas. Para ser mais exato, 11 pessoas.
Em início de conversa, é melhor esclarecer que essa superlotação não está acontecendo em qualquer lugar, mas no ponto mais alto de todo o mundo, o Monte Everest, no Nepal. Ano após ano alpinistas desejam superar seus limites e conquistar o objetivo de estar nas alturas e esse desejo tem despertado a curiosidade mais e mais pessoas, incluindo as agências de turismo que tem levado pessoas para subir a montanha, muitas vezes sem nenhuma experiência com o alpinismo.

Esse crescimento exagerado do fluxo de pessoas na montanha tem provocado congestionamentos e filas nos 300 metros finais da subida. No pico, que estima-se ter o tamanho de duas mesas de pingue-pongue, estava lotada com 15 ou 20 pessoas se empurrando para fazer uma “selfie” e registrar o momento. Alpinistas que conseguiram chegar relatam que corpos de mortos estavam expostos no caminho de volta.

Outro grande problema se refere ao governo nepalês que, afeito aos dólares que arrecada com o Everest, emitiu mais permissões do que a área é capaz de suportar com segurança, afirmam escaladores veteranos.

De acordo com guias e alpinistas experientes, boa parte das mortes ocorridas em 2019 foram ocasionadas pelas longas filas nos últimos 300 metros da escalada, pois o engarrafamento dificulta a subida e descida suficientemente rápidas para reabastecer o estoque de oxigênio. As outras vítimas não tinham treinamento suficiente para estar na montanha.

Pelo menos 11 pessoas morreram nesta temporada de escaladas no monte Everest, montanha que fica na fronteira entre o Nepal e o Tibete. A maioria das mortes foi atribuída ao cansaço dos alpinistas — piorado, segundo os mais experientes, devido à superlotação no caminho de subida e descida do topo.
Neste ano, o governo nepalês bateu um recorde histórico no número de passes concedidos para a subida: 381. Cada titular de uma permissão é acompanhado por um guia, o que significa que mais de 750 pessoas estão na rota para a escalada.

A montanha é a mais alta do mundo, com 8.848 metros de altitude. O final do mês de abril e o mês de maio são considerados os melhores para escalada.

Esta é a temporada em que mais pessoas morreram?


Não.Em 2015, pelo menos 22 pessoas morreram depois de uma avalanche no monte, causada pelo terremoto que atingiu o Nepalnaquele ano. A tragédia foi ainda pior do que a do ano anterior, quando 16 guias — todos do grupo étnico Sherpa — morreram na montanha.
As mortes de 2014 fizeram com que os guias encerrassem mais cedo a temporada de escaladas no monte e levaram o governo nepalês a aumentar o seguro de vida dos guias para US$ 15 mil (cerca de 1,67 milhão de rúpias nepalesas), segundo a revista "National Geographic". Cada guia nepalês costuma subir e descer o monte 30 vezes por temporada.

Por que o monte está tão cheio?


Cada pessoa precisa pagar por uma permissão para subir o Everest, que custa US$ 11 mil (cerca de R$ 44,2 mil). Entre abril e maio, o número de alpinistas aumenta, pois as condições são menos extremas. A lotação pode estar associada a uma menor "janela" de subida permitida pelas condições climáticas.


Resultado de imagem para fotos super lotação no everest.



É certo que a superlotação causou as mortes?

Segundo o governo nepalês, não. O diretor-geral do departamento de turismo do Nepal, Danduraj Ghimire, afirmou em entrevista ao "The New York Times", no domingo (26), que o grande número de mortes neste ano não estava relacionado à superlotação, mas ao fato de que havia menos dias de tempo bom para os escaladores chegarem ao cume com segurança.

Uma causa para a menor "janela" de subida pode ter sido o ciclone Fani, que atingiu Índia e Bangladesh, diz a BBC. Depois da passagem do ciclone, o tempo piorou no Himalaia nepalês, o que obrigou o governo a suspender atividades de montanhismo por pelo menos dois dias.
Isso atrasou os preparativos de subida. Quando surgiu a primeira oportunidade, poucas equipes começaram a escalada — a maior parte esperou pela segunda "janela". Assim, a quantidade de pessoas no pé da montanha continuou a aumentar — outro fator que contribuiu para as filas.

Quantas pessoas já chegaram ao topo do Everest?


De acordo com a base de dados do Himalaia, 5.294, até dezembro passado. Dessas, 1.211, a maioria delas guias da etnia Sherpa, chegaram várias vezes, o que leva o número de escaladas até o topo a 9.159.

Os primeiros, o neozelandês Edmund Hillary e o nepalês Sherpa Tenzing Norgay, chegaram ao topo em 1953. A primeira mulher a alcançar o cume foi a japonesa Junko Tabei, em 1975, e desde então 548 subidas ao topo foram feitas por mulheres.

A maior parte das expedições ao Everest dura cerca de dois meses, de acordo com o Conselho Britânico de Alpinismo. Os escaladores começam a chegar aos acampamentos de base no fim de março — enquanto o dia de chegada ao topo costuma ser uma data no meio de maio, quando as temperaturas estão mais amenas e os ventos, mais fracos.

Por volta da meia-noite, começa a subida, para que os alpinistas estejam no topo pela manhã. O lado sul, nepalês, é o mais popular entre os alpinistas: das chegadas até o topo, 5.888 foram feitas pelo lado do Nepal, e as outras 3.271 pelo lado tibetano.

Entre 1924 e 2018, 295 pessoas morreram tentando escalar o Everest.

O que acontece com o corpo humano a tantos metros de altura?

Escaladas em altas altitudes podem causar problemas ao corpo humano. Por isso, alpinistas devem tomar certos cuidados. Saiba mais abaixo:
·         Doença Aguda das Montanhas (AMS, na sigla em inglês)
O primeiro sinal é dor de cabeça — seguida de perda de apetite, náusea, vômitos, fraqueza, tontura, fadiga e dificuldade para dormir.

A causa, de acordo com o Instituto de Medicina de Altitude, não é clara, mas a hipótese é de que a falta de oxigênio no sangue faça com que os vasos sanguíneos do cérebro dilatem, o que causa a dor de cabeça. A recomendação da Associação de Resgate do Himalaia, no Nepal, é de descer a altitudes mais baixas imediatamente se a dor de cabeça não passar com aspirina.

·         Edema cerebral ou edema pulmonar de alta altitude
Se evoluir, a AMS pode se tornar um edema cerebral de alta altitude. O pequeno inchaço cerebral da AMS progride para dor de cabeça intensa, confusão, letargia, falta de coordenação, irritabilidade, vômitos, convulsões, coma e morte, se não for tratado. A primeira providência é descer imediatamente para altitudes mais baixas.

Já o edema pulmonar de alta altitude é um acúmulo de líquido nos pulmões que atrapalha a troca de oxigênio e pode matar. Os primeiros sintomas são a falta de ar com exercício, e, à medida que mais fluido se acumula nos pulmões, progridem para falta de ar severa mesmo em repouso, tosse persistente, aperto no peito, fraqueza severa e, finalmente, coma e morte.

·         Congelamento
É mais comum nos dedos das mãos, pés, nariz, orelhas, bochechas e queixo. Conforme progride, afeta todas as camadas da pele, incluindo os tecidos que se encontram abaixo. A pele fica branca ou azulada e a pessoa perde toda a sensação de frio, dor ou desconforto na área afetada. Articulações ou músculos podem não funcionar mais. Se evoluir para gangrena, o tecido morre devido à perda de circulação na área afetada, o que pode resultar em amputação.

·         Ceratite ultravioleta
Espécie de queimadura solar que afeta os olhos em vez da pele. Ocorre quando raios ultravioleta são refletidos por neve e gelo. A exposição a eles pode danificar temporariamente a córnea, causando cegueira passageira.


Fonte: Globo.com.br

Comentário:
Uma catástrofe. Esse lugar não pode ter uma quantidade de pessoas assim. Ninguém poderia pensar que o Everest iria suportar essa super-lotação, esse ano já ultrapassou a porcentagem de mortalidade, e isso significa um grande impacto para visitação do local. 

Etica e cidadania: Desrespeito nas favelas cariocas (2o bimestre).



RIO — “Entraram na minha casa, ligaram o ar-condicionado, comeram os danones dos meus filhos, levaram mil reais e ainda deixaram tudo revirado”. “O café da manhã do trabalhador que sai de madrugada, às vezes, é um tapa na cara”. “Eles entraram na escola e ficaram daqui trocando tiro com bandidos. As crianças ficaram todas deitadas no chão, duas delas se urinaram. Pode olhar as marcas de tiro. A escola tá toda alvejada”. Esses são alguns dos mais de 300 relatos anônimos de moradores de 15 comunidades do Rio de Janeiro coletados pelo Circuito Favelas por Direitos, um projeto coordenado pela Ouvidoria Externa da Defensoria Pública do Estado do Rio (DPRJ), que, desde abril, acompanha de perto os efeitos da Intervenção Federal na Segurança Pública. O monitoramento levou à identificação de 30 tipos de violações de direitos que teriam sido cometidos pelas Forças Armadas e pelas polícias em territórios ocupados ou atingidos pela violência.


Resultado de imagem para fotos Desrespeito nas favelas cariocas


As violações ficam silenciadas, transformando-se em sofrimentos. São relatos que expõem o cotidiano perverso de medo e invisibilidade em que centenas de milhares de pessoas no Rio de Janeiro se encontram submetidas e demonstram que há um padrão no modo com que as comunidades são tratadas pelas forças de segurança — diz o ouvidor-geral da Defensoria, Pedro Strozenberg, que esteve à frente de todas as visitas e coletas de relatos do Circuito Favelas por Direitos.
Com auxílio de uma rede de apoio composta por cerca de 25 instituições e entidades e com o suporte de lideranças locais, Strozenberg e defensores públicos de diferentes áreas de atuação colheram “relatos, e não denúncias” entre moradores e comerciantes.

– Nosso objetivo é que o relatório sirva de instrumento de mudança e recomposição da agenda pública do Rio de Janeiro. Dezenas de casos individuais relatados demandam apuração e responsabilização, mas neste primeiro momento optamos apenas por apresentar uma visão geral – explica Strozenberg. 

O relatório destaca que há “um conjunto de violações cotidianas que não ganham estatísticas oficiais, mas contribuem imensamente para gerar sentimentos múltiplos de medo, desesperança e revolta em moradores de favelas e periferias”.

Os 30 tipos de violações foram divididos em cinco blocos – violação em domicílio, abordagem, letalidade provocada pelo estado, operação policial e impactos – e definidos a partir de relatos de furto/roubo por parte de agentes de segurança, dano ao patrimônio, violência sexual, extorsão, ameças/agressões físicas, execuções, disparos a esmo, entre outros.

“Aqui eles tratam todo mundo como se fosse bandido ou é mãe e pai de vagabundo. Se é mulher, é mulher de vagabundo. Se é criança, é filha de vagabundo. Tem 99% de morador, de trabalhador, mas eles acham que todo mundo é bandido”, diz um dos relatos.


Resultado de imagem para fotos Desrespeito nas favelas cariocas



– É bem provável que algumas dessas violações, mesmo sem estarem formalmente orientadas, passem por uma “validação oficial”, como as práticas de fichamento ou revista a mochilas de crianças, contando com a insuficiente malha de controle das instituições internas e externas das atividades policiais – diz o ouvidor-geral.

De acordo com o relatório, um comerciante relatou à Defensoria: “O Exército entrou aqui no bar e roubou o X-box do meu filho, comeu nossa mercadoria, levou a bebida, foi mais de 4 mil de prejuízo. A gente trabalha pra ter esse pouco e eles fazem isso”. Outro moradorse queixou sobre os arrombamentos: “Tive meu portão arrombado diversas vezes. Agora eu coloco só uma correntinha, porque não dá para ficar consertando toda hora”.

Além dos relatos de invasão em domicílio, há os de desrespeito na abordagem, inclusive a mulheres: “Eles vêm revistar a gente já gritando, chamando a gente de piranha, mulher de bandido, drogada. Vem empurrando e mexendo na gente.  Eu sei que só mulher que pode revistar mulher, mas se a gente não deixar, leva tapa na cara”.

– Esse sentimento de temor está principalmente associado aos confrontos e às violações praticadas por policiais e, mais recentemente, por membros das Forças Armadas. A fronteira entre o que assegura a lei e o que é praticado na favela traz à tona falas controversas em relação ao reconhecimento das violações. Em alguns casos de inviolabilidade das casas, revista em celular ou de fotografia da identidade do morador, confundem-se os limites entre o ilegal e o permissível. Nos primeiros meses da intervenção, eram mais comuns os relatos de posturas cordiais e educadas do Exército, mas essa fala tem sido substituída pelo registro de violações cometidas pelas Forças Armadas, que têm se intensificado, em repetição e brutalidade – afirma o ouvidor-geral.

Para Strozenberg, a favela precisa ser tratada como parte da cidade:
– Mas no direito, favela e cidade estão afastadas e a intervenção federal ampliou essa distância. Vamos entregar ao Gabinete de Intervenção 15 recomedações. Não somos contra o combate ao tráfico, mas que ele seja feito dentro da legalidade. defendemos uma política de monitoramento e transparência. Queremos diálogo e que o Estado apresente os resultados da política de segurança, não apenas de ações pontuais.

O defensor público-geral do Estado do Rio, André Luís Machado de Castro, chama atenção para os resultados da política de enfrentamento:
- Até quando vamos ouvir pessoas dizerem que não dá para combater o crime sem sacrifícios? A gente vê essas operações acontecerem, mas qual o resultado final delas na perspectiva de quem defende esse ponto de vista? Qual a quantidade de droga e armas apreendidas e apresentadas? A coluna vertebral do crime organizado, seja do tráfico de drogas ou da milícia, de algum modo é atingida? O que vemos são respostas negativas para todos esses aspectos. Apreendem-se poquíssimas armas, não é nenhum arsenal, um resultado mínimo de drogas apreendidas. Ocorrem prisões, mas atingiu o crime organizado na sua composição, com sério dano? É um discurso fracassado, pois essa política não está reduzindo a criminalidade.


Visitas às comunidades

O Circuito Favelas por Direitos percorreu Rocinha, Complexo da Maré, Ficap, Cidade de Deus, Complexo do Salgueiro, Complexo do Chapadão, Complexo de Acari, Complexo da Penha, Complexo do Alemão, Jacarezinho, Vila Vintém, Babilônia, Mangueirinha e Corte 8, em Duque de Caxias.

– Agressões físicas e verbais foram relatadas em todas as 15 comunidades percorridas. Os moradores relatam que os policiais costumeiramente abordam com gritos e palavrões. Entre as agressões físicas, a mais frequente é o tapa na cara. Tal prática se mostra mais comum com adolescentes, com moradores que questionam ou criticam abusos policiais e com pessoas que estejam utilizando ou portando dose individual de droga ilícita – afirma Pedro Strozenberg.


Resultado de imagem para fotos Desrespeito da policia nas favelas cariocas


A revista em celulares e o fichamento de moradores foram criticados pelo Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos (Nudedh) da Defensoria nos primeiros dias da Intervenção Federal. A Defensoria também recorreu à Justiça contra o uso de helicópteros para disparos de cima para baixo.
O relatório do Circuitos Favelas por Direitos registrou o que disseram os moradores a respeito: “Vocês estão vendo essas marcas? Tudo são tiros vindo do céu. Eles atiram de cima pra baixo e sai da frente. Até os policiais da UPP ficaram no meio do fogo vindo do céu e foi muito tiro. Olha esses buracos”. “Quase todos os dias a gente acorda de manhã com o helicóptero em cima da gente, fazendo aquele barulhão. E eles vão e voltam, a gente fica o dia inteiro na angústia de que a qualquer momento vai acontecer o tiroteio. Às vezes, tem e o helicóptero atira. A gente morre de medo porque daquela altura o tiro pode pegar em qualquer lugar”.

Em 2018, uma a cada cinco mortes violentas no estado do Rio aconteceu pelas mãos da polícia . Um levantamento feito pelo GLOBO, com base em dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), mostra que, dos 4.133 assassinatos que ocorreram no Rio entre janeiro e julho deste ano, 895 — ou 21,7% — foram cometidos pelas forças de segurança e registrados como homicídios decorrentes de intervenção policial. Essa é a maior proporção registrada nos sete primeiros meses do ano desde 1998, quando começou a série histórica do ISP.

Para chegar ao número total de mortes violentas no estado, o GLOBO somou o total de latrocínios, homicídios, lesões corporais seguidas de morte e autos de resistência registrados no período.
Em nota, o Gabinete de Intervenção Federal afirmou que todas as operações e ações realizadas visando combater a criminalidade são feitas dentro da legalidade, objetivando proteger cidadãos e respeitar seus direitos.

Relatório aponta que Forças de Segurança violaram 30 tipos de direitos durante Intervenção.

Segundo a Defensoria Pública, relatos de furto, roubo, agressões desrespeito a mulheres são constantes. Monitoramento ouviu mais de 300 relatos de moradores de 15 comunidades do RJ.
Um relatório parcial do projeto Circuito Favelas por Direitos identificou 30 tipos de violações de direitos cometidos pelas Forças Armadas e pelas polícias durante o período da Intervenção Federal na Segurança Pública do Rio.

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (27). O monitoramento, coordenado pela Ouvidoria Externa Defensoria Pública do Rio de Janeiro, ouviu mais de 300 relatos anônimos e espontâneos de moradores de 15 comunidades do estado.

De acordo com a Defensoria, o relatório destaca que há “um conjunto de violações cotidianas que não ganham estatísticas oficiais, mas contribuem imensamente para gerar sentimentos múltiplos de medo, desesperança e revolta em moradores de favelas e periferias”.

Procurado pelo G1, o coronel Carlos Cinelli, porta-voz do Comando Militar do Leste, disse que o ainda não tomou conhecimento do documento que contém essas acusações e, por isso, não tem como se pronunciar.

Tipos de violações de direitos
Os 30 tipos de violações foram divididos em cinco blocos:
Violação em domicílio
Abordagem
Letalidade provocada pelo estado
Operação policial e impactos
Relatos de furto/roubo por parte de agentes de segurança, dano ao patrimônio, violência sexual, extorsão, ameças/agressões físicas, execuções, disparos a esmo
O ouvidor-geral da Defensoria, Pedro Strozenberg, que esteve à frente das visitas do Circuito Favelas por Direitos, afirma que os relatos expõem o cotidiano perverso em que as pessoas no Rio de Janeiro se encontram submetidas. Ele diz ainda que os depoimentos demonstram que há um “modus operandi” no modo com que as comunidades são tratadas pelas forças de segurança.

Há relatos de desrespeito na abordagem, inclusive a mulheres.

“Eles vêm revistar a gente já gritando, chamando a gente de piranha, mulher de bandido, drogada. Vem empurrando e mexendo na gente. Eu sei que só mulher que pode revistar mulher, mas se a gente não deixar, leva tapa na cara”, afirma uma das moradoras ouvidas pela Defensoria.

O projeto Circuito Favelas por Direitos também contou com a participação da Comissão de Direitos Humanos, Defensoria Pública da União (DPU), Secretaria de Direitos Humanos e organizações civis parceiras.

Strozenberg explica que o objetivo é que o relatório sirva de instrumento de mudança e recomposição da agenda pública do estado e que, nesse primeiro momento, o levantamento optou por apresentar uma visão geral. Segundo ele, dezenas de casos individuais ainda demandam apuração e responsabilização.

“Aqui eles tratam todo mundo como se fosse bandido, ou é mãe e pai de vagabundo, se é mulher é mulher de vagabundo, se é criança é filha de vagabundo. Tem 99% de morador, de trabalhador, mas eles acham que todo mundo é bandido”, diz um dos moradores.

Relatos de moradores

No relatório, os depoimentos apresentados acusam os agentes de segurança de todos os tipos de violação, que foram divididos nos cinco blocos citados acima.
“Entraram na minha casa, ligaram o ar-condicionado, comeram os danones dos meus filhos, levaram mil reais e ainda deixaram tudo revirado”, diz um dos relatos.

O ouvidor-geral afirma que é provável que algumas dessas violações, mesmo sem estarem formalmente orientadas, passem por uma “validação oficial”, como as práticas de fichamento ou revista a mochilas de crianças, "contando com a insuficiente malha de controle das instituições internas e externas das atividades policiais".

“O Exército entrou aqui no bar e roubou o X-box do meu filho, comeu nossa mercadoria, levou a bebida, foi mais de 4 mil de prejuízo. A gente trabalha pra ter esse pouco e eles fazem isso”, destaca um dos moradores ouvidos.

“Eles entraram dentro da escola e ficaram daqui trocando tiro com bandidos. As crianças ficaram todas deitadas no chão, duas delas se urinaram. Pode olhar as marcas de tiro. A escola tá toda alvejada”, diz outro.

Os relatos de agressão, sem motivo, por parte dos agentes também é destaco no relatório:
“O café da manhã do trabalhador que sai de madrugada às vezes é um tapa na cara”, disse um morador.

'Tapa na cara' dos que questionam abusos policiais
Agressões físicas e verbais foram relatadas em todas as 15 comunidades percorridas, segundo o ouvidor-geral Pedro Strozenberg. Os moradores relataram que os policiais costumeiramente abordam com gritos e palavrões.

Entre as agressões físicas, a mais frequente é o “tapa na cara”. Tal prática se mostra mais comum com adolescentes, com moradores que questionam ou criticam abusos policiais e com pessoas que estejam utilizando ou portando dose individual de droga ilícita.
A invasão de dados de celulares é outra violação recorrente, segundo os relatos colhidos pela Defensoria Pública.

“Eu já tive dois celulares roubados por eles. Eles mandam tirar a senha. Olham as mensagens, os grupos e dependendo até levam mesmo", relatou um morador.

A revista em celulares e o fichamento de moradores foram criticados pelo Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos (Nudedh) da Defensoria logo nos primeiros dias da Intervenção Federal.

Uso de helicópteros para disparos
A Defensoria afirma que também já havia recorrido à Justiça contra uma outra prática comum entre as forças de segurança nos territórios ocupados: uso de helicópteros para disparos de cima para baixo.
O relatório do Circuitos Favelas por Direitos registrou o que disseram os moradores a respeito:
“Vocês estão vendo essas marcas? Tudo são tiros vindo do céu. Eles atiram de cima pra baixo e sai da frente. Até os policiais da UPP ficaram no meio do fogo vindo do céu e foi muito tiro. Olha esses buracos”.

"Quase todos os dias a gente acorda de manhã com o helicóptero em cima da gente, fazendo aquele barulhão. E eles vão e voltam, a gente fica o dia inteiro na angústia de que a qualquer momento vai acontecer o tiroteio. Às vezes, tem e o helicóptero atira. A gente morre de medo porque daquela altura o tiro pode pegar em qualquer lugar”.

Rocinha e Alagados são mostras de desrespeito a direitos

Os moradores das favelas do Brasil sofrem violações diárias de seus direitos humanos.

Episódios de violência, falta de infra-estrutura sanitária e dificuldade no acesso à saúde e educação são tão comuns que, às vezes, as pessoas se acostumam e nem percebem mais os problemas.

Na última década, o número de favelas não parou de crescer. Um estudo do IBGE, divulgado no ano 2000, indica que surgiram no Rio de Janeiro 119 novas favelas nos nove anos anterior. 

No ranking nacional, a cidade do Rio só perde para São Paulo no número de favelas registrado pelo censo do IBGE. Eram 513 favelas cariocas, contra 612 paulistanas.

Ranking

Nesse ranking, Salvador aparece em nono lugar, com 99 favelas.

Mas a situação na capital baiana é considerada especialmente crítica: segundo um relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), entre as 12 maiores cidades Brasileiras, Salvador foi a campeã em desigualdade social e concentração de renda na década de 90.

Outro levantamento, da Fundação Getúlio Vargas, indica que 80,2% dos trabalhadores da cidade ganham de um a oito salários mínimos. Em todo o Estado, 54,3% da população estaria abaico da linha de pobreza, recebendo até R$ 80 por mês.

Na série de reportagens Direitos Humanos nas Favelas o repórter Rafael Gomez visitou durante duas semanas, no final de novembro e início de dezembro, três favelas no Brasil: a Rocinha, no Rio de Janeiro, e as de Alagados e Novos Alagados, em Salvador.

Conversando com moradores, líderes comunitários, autoridades e representantes de ONGs que atuam nessas comunidades, o jornalista tratou de investigar quais são as violações mais comuns e o grau de conhecimento que os moradores dessas comunidades têm sobre a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
 
Foram analisados os direitos à vida e à segurança, educação, justiça, à informação e à livre expressão e à saúde.

Outro ponto abordado foi o preconceito em relação ao morador das favelas e dentro da própria comunidade e de que forma isso atrapalha a implementação dos Direitos Humanos nessas comunidades.

Projeto mundial

A série foi patrocinada pelo Ministério do Exetrior da Grã-Bretanha através da Fundação Serviço Mundial da BBC (World Service Trust) e faz parte de um projeto colocado em prática em dezenas de países, chamado I Have a Right to...  Já foram realizadas reportagens semelhantes na Rússia, na China, nos Estados Unidos, na Índia, no Afeganistão e em outros países, abordando questões diferentes relacionadas aos direitos humanos. 

A série também foi produzida para o rádio, dividida em dez programas de cinco minutos, que estão sendo veiculados pelas emissoras coligadas à rede BBC Brasil em todo o Brasil até o dia 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

A VIOLÊNCIA POLICIAL NAS FAVELAS DO RIO DE JANEIRO

Eliana Souza Silva, diretora da Redes de Desenvolvimento da Maré, publicou artigo no jornal O Globo sobre a relação das forças policiais e os moradores de favelas. Eliana lembra que só neste ano pelo menos 45 pessoas foram mortas em operações policiais nas favelas do Rio de Janeiro e afirma: "A experiência de um policial que se coloca no papel de proteger a população que mora em favelas nunca fez parte da história dessas comunidades. Elas nunca vivenciaram uma rotina diferente da violência, do desrespeito e da humilhação que sempre caracterizaram as práticas de grande parte dos profissionais do aparato policial"

Por que a polícia é tão violenta?

Nos primeiros 55 dias de 2014, tivemos pelo menos 45 mortos em operações policiais em favelas do Rio de Janeiro, sem contar feridos. São números que propõem a toda sociedade, com urgência, o desafio de refletir e questionar as ações de segurança pública no Rio, especialmente nas favelas.
Como alguém que se constituiu no mundo a partir da Maré, busco compreender as práticas das forças policiais na favela a partir do olhar dos agentes diretamente envolvidos nessa problemática: policiais, integrantes dos grupos criminosos armados e moradores. Meu esforço é pensar caminhos para ampliar o diálogo com as autoridades, que muitas vezes não conseguem envolver no debate a população diretamente atingida pela falta de políticas abrangentes de segurança pública.

É fato que as soluções neste campo não são mágicas nem rápidas. A crescente violência exige a construção de uma política global, não baseada em medidas fáceis, pirotécnicas ou de curto prazo. Um projeto que não pode, definitivamente, depender de ciclos eleitorais. Nesse sentido, a experiência em realização no Rio de Janeiro das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) poderá ser um avanço se governo e sociedade civil conseguirem incorporar ao programa, a curto prazo, a escuta do cidadão.
Passos importantes nesse sentido já vêm sendo dados por algumas instituições. Na Maré, desde 2009, a Redes da Maré vem mobilizando moradores para que participem da elaboração de propostas para esta área.

Esse trabalho tem mostrado que não haverá mudança substancial sem uma compreensão, por parte de quem vive, age e ama no bairro da Maré, sobre o que significa ter direito à segurança pública e o papel que precisam cumprir na conquista. Estou certa de que o mesmo é verdadeiro para muitas outras áreas do Rio.

Durante o trabalho de reflexão coletiva sobre as práticas policiais na Maré, percebi que o morador da favela não compartilha do mesmo conceito de segurança dos que residem em locais de maior padrão de renda. Essa é uma pista interessante para compreender as razões da intolerância e descrédito na relação da população com a polícia. A experiência de um policial que se coloca no papel de proteger a população que mora em favelas nunca fez parte da história dessas comunidades. Elas nunca vivenciaram uma rotina diferente da violência, do desrespeito e da humilhação que sempre caracterizaram as práticas de grande parte dos profissionais do aparato policial. Para muitos agentes de segurança, persiste a visão preconceituosa que considera todas as pessoas que residem em favelas como potenciais cúmplices de atividades ilícitas.

A morte da policial Alda Rafael Castilho, de 27 anos, causa indignação e tristeza, sim, a todos que trabalham para a diminuição do quadro de violência em que se encontra o Estado do Rio de Janeiro. Assim como a morte de Gabriel Lelis da Silva Barbosa, de 14 anos, e de Jefferson Moreira de Jesus, de 24, em operação policial na Maré, no dia 23 de janeiro. Vivemos num estado em que as pessoas gastam uma energia significativa observando qual morte é mais reconhecida e valorada. E isso, sem dúvida, é tão violento e indigno quanto a barbárie explícita que se vivencia no nosso cotidiano.

Não chegaremos à essência desse problema valorizando práticas que colocam pessoas de opiniões distintas como inimigas, as quais devem ser combatidas, como numa guerra. Nenhuma vida vale mais que outra, independentemente de quem se esteja falando.

*Eliana Souza Silva, diretora da Redes de Desenvolvimento da Maré, é paraibana, mãe de dois filhos e foi moradora da Maré por 28 anos. É doutora em Serviço Social pela PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro) e diretora da DIUC/UFRJ (Divisão de Integração Universidade e Comunidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro).


Fonte:
https://journals.openedition.org/aa/1210,bbc,etc



Comentário::
Esse é praticamente um dos desrespeitos mais intoleráveis que temos no Rio de Janeiro. As favelas são lugares onde se concentram uma grande parte da nossa população e que temos que apoiar. Muitas familias habitam esses lugares de muita pobreza. E não podemos ignorar esses atos de violência, racismo, maus tratos, e desordem nas favelas, os habitantes de favelas precisam viver como verdadeiros cidadãos como nós.