Cultura
Arte da Indonesia
As formas de cultura da Indonésia vêm sido
moldadas pela interação de diversos grupos étnicos nativos da região e de
culturas estrangeiras. A Indonésia se localiza em uma região
atravessada por rotas comerciais entre o Médio Oriente, a Ásia
Meridional e o Extremo Oriente, o que contribuiu para a difusão de
diversas religiões na região, incluindo o Hinduísmo, Budismo, Confucionismo, Islamismo e Cristianismo,
todas elas amplamente praticadas nas cidades mercantis indonésias até os dias
atuais. O resultado dessa interação multicultural definiu o caráter complexo da
cultura do país, assim como deu origem a inúmeros conflitos de sua história (a
exemplo da repressão em Timor-Leste e na Papua Ocidental).
O contexto geográfico único da Indonésia gerou formas mistas de
religiosidade, a exemplo da crença Abangan dos javaneses (que une
elementos do Islamismo e do Hinduísmo), do Bodha (que une o Budismo e
características do animismo) e o Kaharingan (que funde Hinduísmo
e animismo das crenças aborígenes).
A tradição de dança oriunda da ilha de Bali conta de
antigos reinos budistas e hindus, ao passo que formas de arquitetura
e arte islâmicaestão presente na ilha de Sumatra, especialmente nas
regiões de Minangkabau e Aceh. O Silat (Pencak
Silat) é uma arte marcial exclusiva do arquipélago, que combina
arte tradicional, música e esportes.
A cultura ocidental influencia até hoje as práticas científicas e indústria de entretenimento do arquipélago, assim como sua organização política e econômica. A música e cinema indiano contam como outras influências importantes nas práticas culturais indonésias; a dança popular dangdut mistura elementos de música folclórica malásia e árabe.
Também bem conhecidos são os espetáculos de teatro de sombras wayang kulit, de Java e Bali. Várias ilhas são famosas pelo seu vestuário batik e ikat.
Por fim, apesar da abertura dos indonésias para práticas culturais estrangeiras, diversas regiões remotas do arquipélago se esforçam para preservar sua identidade cultural única. Grupos étnicos como os Mentawai, Asmat, Dani, Dayak e Toraja, entre centenas de outros, ainda praticam suas rituais, costumes e modos de vida aparte das tendências urbanas da Indonésia pós-colonial.
Poesia:
A Indonésia tem um rica tradição de
poesia oral chamada pantun, característica por seu caráter
interativo e improvisado, e que geralmente estudada como indissociada da
tradição poética malaia. A chamada poesia dos antigos poetas (Pujangga Lama)
foi dividida em cinco modalidades principais: além dos mencionados pantun,
enquadram-se nela os poemas narrativos tradicionais (syair, análogos às
epopeias ocidentais), aforismos (gurindam), contos e fábulas (hikayat)
e crônicas históricas (babad). A geração do pujangga lama é geralmente
enquadrada no período prévio a 1900; poetas posteriores misturaram a prática
tradição com influências estrangeiras diversas. Alguns dos poetas
contemporâneos mais notáveis são Sutardji Calzoum Bachri, Rendra, Taufiq
Ismail, Afrizal Malna, Binhad Nurrohmat, Joko Pinurbo e Sapardi Djoko Damono.
Culinária da Indonésia
O arroz é a base da alimentação dos indonésios, com exceção dos “malukus” e dos residentes em Papua Ocidental (a parte indonésia da Nova Guiné), onde a base é a farinha da palmeira-sago, a batata-doce e a mandioca, estes últimos trazidos das “índias ocidentais”. As preparações de carne, peixe e vegetais são consumidos em pequenas quantidades, e sempre
bastante condimentadas, ao contrário
dos ocidentais que, por essa razão, sofrem com o picante da culinária indonésia.
Quase 88 por cento dos indonésios se
declarou muçulmano no censo de 2000, fazendo da Indonésia a
nação com a maior porcentagem de muçulmanos no mundo. Outros grupos religiosos
do país são cristãos (9% do país, 2/3 deles protestantes e
o restante católicos), hindus (2%) e budistas (1%).
Muitos indonésios acreditam em espíritos, e combinam
o ritual dos antepassados e da natureza comum a outras
nações asiáticas com elementos do islamismo e cristianismo.
A Constituição Indonésia garante a liberdade de profissão religiosa, embora apenas seis religiões oficiais sejam reconhecidas: Islã, Protestantismo, Catolicismo, Hinduísmo, Budismo e Confucionismo. A lei local obriga os cidadãos a portarem documentos de identidades em que uma dessas seis religiões deve constar, embora é possível que os cidadãos requeiram que esse campo seja deixado em branco. Ademais, o governo indonésia não reconhece agnosticismo ou ateísmo, e tanto a profissão de descrença em uma divindade quanto blasfêmia constituem práticas ilegais.
Os povos de Bali e Lombok ocidental seguem no uma religião chamada Bali-Hinduísmo. É baseada no hinduísmo, mas inclui antigas crenças da tradição de Bali e de Java. Os bali-hindus cultivam o espírito da natureza incluindo montanhas e grandes árvores. Honram também os espíritos dos antepassados que eles acreditam que venham visitá-los. Bali tem milhares de templos Bali-Hindu onde muitos feriados religiosos são comemorados. As cerimônias incluem danças e encenações dramáticas. Budismo e hinduísmo eram religiões importantes na região há cem anos, tendo perdido praticantes para os monoteísmos. Os povos em algumas áreas isoladas ainda seguem antigas crenças locais, como ocorre em Bornéu, por exemplo.
Teatro de sombras wayang:
Wayang é uma palavra javanesa para determinados tipos
de teatro de fantoche (teatro de marionetas) e o termo
também pode designar o próprio boneco de fantoche. Essas apresentações de
teatro de sombras com fantoches são acompanhadas por uma orquestra de gamelãoem Java e
pelo gênero musical wayang em Bali, ilhas da Indonésia.
A UNESCO designou o wayang kulit, o teatro de sombra com fantoches, e o mais conhecido wayang indonésio, como obras-primas do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade em 7 de novembro de 2003, em 2008 na lista representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade. Em retorno ao reconhecimento, a UNESCO exige que os indonésios preservem esse patrimônio.
Essa antiga forma de contar histórias, famosa pelas
marionetas meticulosamente elaboradas e pela complexidade dos estilos musicais,
surgiu na ilha indonésia de Java. Durante dez séculos, o wayang
desenvolveu-se tanto nas cortes reais de Java e Bali como nas áreas rurais.
Hoje, não é praticado apenas nestas ilhas, mas também em Lombok, Madura, Sumatra e Bornéu,
onde diferentes estilos locais de interpretação e acompanhamento musical foram
desenvolvidos.
Apesar de estas marionetas artesanais serem de tamanhos, formas e estilos diferentes, dominam dois grandes tipos: o fantoche de madeira tridimensional (wayang kitik ou golèk) e o fantoche de sombra, liso e de couro (wayang kulit), cuja silhueta é projetada em sombra chinesa numa tela. Ambos os tipos distinguem-se pelos seus trajes, características do rosto e corpos articulados. O dalang (mestre bonequeiro) manipula cuidadosamente os braços por meio de hastes muito finas fixadas nos fantoches. Para reforçar o efeito dramático, cantores e músicos executam melodias complexas acompanhadas de instrumentos de latão e gamelão (instrumento de percussão). Em épocas antigas, os marionetistas eram considerados cultos e especialistas em transmitir valores morais e estéticos com a sua arte. As palavras e ações dos personagens cómicos, que representavam o "homem comum", eram dispositivos eficazes para criticar problemas sociais e políticos, e é de acreditar que essa função especial contribuiu para a sua sobrevivência ao longo dos séculos. Os personagens dos mitos representados no teatro Wayang vêm de mitos locais, contos persas ou de antigos épicos indianos. O repertório e as técnicas de interpretação foram transmitidos oralmente dentro das famílias dos marionetistas, músicos e artesãos que os criaram. O Dalang deve ser capaz de memorizar uma vasta coleção de histórias, declamar fragmentos de contos antigos e cantar canções poéticas, tudo de uma maneira engenhosa e criativa.
O teatro de bonecos Wayang continua a desfrutar do interesse do público. Porém, para enfrentar a concorrência de formas contemporâneas de entretenimento, como vídeo, televisão ou karaoke, tendem a exagerar as cenas cómicas em detrimento do enredo da história e a substituir o acompanhamento musical tradicional pela música pop, contribuindo para alterar certas características da tradição.
Em 2008, o teatro de marionetas Wayang foi
integrado pela UNESCO na lista representativa do Património
Cultural Imaterial da Humanidade.
Fonte:
Wikipédia
Comentário:
É realmente um mundo tropical rico em artes peculiares, as cores,
a coreografia, a arquitetura, a flora e a fauna sendo inspiração para os
habitantes. E no caso do teatro de sombras wayang já é praticamente uma das
melhores partes, eu sempre quis ver esse teatro, dizem que o teatro de sombras
wayang foi uma inspiração para os estrangeiros que também criaram seus próprios
teatros de sombras, ainda por cima usando pessoas para interpretar os
personagens em vez de marionetes, e isso virou um grande sucesso artístico para
o publico.
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