Marina Silva
Maria Osmarina da Silva Vaz de Lima, nascida Maria
Osmarina da Silva (Rio Branco, 8 de fevereiro de 1958) é
uma historiadora, professora, psicopedagoga, ambientalista e política brasileira filiada à Rede Sustentabilidade. Ao longo de sua carreira política, exerceu os cargos
de senadora da República pelo Acre entre 1995 a 2011 e ministra do Meio
Ambiente de 2003 a 2008, além de candidatar-se
em 2010, 2014 e 2018 à Presidência
da República.
Nascida em um seringal no Acre, Marina
mudou-se para a capital do estado ainda na adolescência, onde foi alfabetizada.
Concluído o ensino médio, graduou-se em história pela Universidade Federal
do Acre. Desenvolveu interesse pela política e vinculou-se ao Partido
Revolucionário Comunista, organização marxista que se abrigava
no Partido dos Trabalhadores, posteriormente ajudando a fundar a Central
Única dos Trabalhadores do Acre. Juntamente com Chico Mendes, ajudou
a liderar o movimento sindical, elegendo-se para o seu primeiro cargo público,
o de vereadora de Rio Branco, em 1988.
Na eleição de 1990, Marina foi eleita deputada
estadual e, em 1994, senadora da República, tornando-se, aos 36 anos de
idade, a mais jovem senadora da história do país. Reeleita para o Senado
em 2002, Marina aceitou o convite do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva e assumiu o Ministério do Meio Ambiente. Em 2009, deixou o PT e
filiou-se ao Partido Verde.
Em
2010, Marina candidatou-se a presidente pelo PV, obtendo a terceira colocação
no primeiro turno, com mais de 19 milhões de votos. Em 2014, assumiu a
candidatura a presidente pelo Partido Socialista Brasileiro após
a morte de Eduardo Campos, ficando
novamente em terceira colocada com mais de 22 milhões de votos. Em 2015,
conseguiu o registro de seu novo partido político, a Rede Sustentabilidade, o
qual a escolheu para disputar pela terceira vez a presidência da República em
2018.
Biografia
Juventude
Marina Silva nasceu pelas mãos de sua avó, que
era parteira, na localidade de Breu Velho, em Rio Branco, capital do estado do Acre,
em 8 de fevereiro de 1958. Descendente de africanos e portugueses, foi
registrada com o nome de Maria Osmarina Silva de Souza, sendo filha do
seringueiro cearense Pedro Augusto da Silva e da dona de
casa Maria Augusta da Silva. O nome Marina, decorrente de um apelido
dado por uma tia, foi acrescentado por ocasião da eleição de 1986, quando os
candidatos ainda não podiam usar alcunhas nos nomes oficiais (um processo
semelhante ao que aconteceu com Luiz Inácio Lula da Silva).
Durante sua infância e parte de sua adolescência,
Marina viveu com sua família em uma palafita chamada Breu Velho, no seringal Bagaço,
a 70 km do centro de Rio Branco. Seus pais tiveram onze filhos,
dos quais oito sobreviveram.
Em 1967, a família deixou o seringal em Bagaço para
ir a Manaus abrir uma taberna, mas durou pouco tempo. Cinco meses
depois, eles foram a Santa Maria no Pará, onde a situação era ainda pior. Em
1969, a família voltou para o seringal com a passagem paga pelo ex-patrão do
pai de Marina. Aos 10 anos, Marina Silva começou a trabalhar no seringal para
pagar a dívida que a família contraiu com o patrão. Quando Marina tinha quinze
anos, a mãe Maria Augusta faleceu vítima de inúmeras doenças adquiridas pela
falta de infraestrutura no local onde viviam.
Aos quinze anos, foi viver na zona urbana de Rio
Branco, para tratar de sua saúde. Havia contraído hepatite, porém os
médicos atestaram ser malária. Na mesma época, duas de suas irmãs
faleceram, uma vítima de sarampo e outra vítima de malária. Fixou-se
definitivamente em Rio Branco em 1974, recebendo os cuidados do então bispo do
Acre, Dom Moacyr Grechi, que a acolheu na casa das irmãs Servas de Maria.
Em Rio Branco, seu primeiro trabalho foi de empregada
doméstica, abandonando seu plano inicial de ser freira. Ao longo de sua
adolescência e juventude, Marina Silva teve inúmeros problemas de saúde, tais
como malária, contaminação por mercúrio e leishmaniose.
Educação e formação
Analfabeta, Marina foi matriculada no Mobral,
projeto de alfabetização do regime militar, alfabetizando-se aos
dezesseis anos.
Após concluir sua alfabetização, estava apta para
seguir com os estudos e já sonhava em uma graduação, optou por fazer
vestibular, decidindo cursar História e formando-se em 1984, aos
vinte e seis anos, na Universidade Federal do Acre.
Mais tarde fez especializações em teoria psicanalítica
na Universidade de Brasília (UnB), e em psicopedagogia na Universidade
Católica de Brasília (UCB).Outra especialização em psicopedagogia na Argentina foi
interrompida em 2010 devido à campanha eleitoral.
Vida pessoal
Seu
primeiro casamento ocorreu em 1980 e resultou em dois filhos: Shalon e Danilo.
A união terminou em 1985. No ano seguinte, em 1986, casou-se com Fábio Vaz de
Lima, técnico agrícola que assessorava os seringueiros de Xapuri. Desse casamento, que dura até hoje, Marina teve Moara e Mayara.
Quando
tinha 42 anos de idade, Marina converteu-se à Igreja Evangélica. Enquanto no
passado pensou em ser freira e pregava a Teologia da Libertação, passou a
circular pelo Congresso Nacional com a Bíblia a tiracolo. O livro sagrado
transformou-se em uma espécie de agenda que acomodava suas anotações, bem como
os lembretes do dia-a-dia. A escolha pela nova religião alegadamente ocorreu em
1997, quando adoeceu, ficando acamada, frágil e com a visão e locomoção
deficientes, em razão de problemas neurológicos devido à contaminação com
mercúrio. Marina achava que morreria, mas sua recuperação coincidiu com a época
em que começou a frequentar a Igreja Evangélica, influenciada por amigos. De
acordo com ela, "Fui em busca de um milagre, mas o maior milagre foi a
experiência que passei a ter da bênção de Deus." Após se curar, ela se
converteu e se tornou uma fiel assídua da Igreja Bíblica da Graça.
Em
2010, ano de sua candidatura, a jornalista Marília de Camargo César lançou
uma biografia com reportagens e momentos da vida de Marina. O livro,
"Marina, a Vida por uma Causa", foi prefaciado por Fernando
Meirelles e publicado pela editora Mundo
Cristão. Em 2011, foi anunciado que a editora Mundo
Cristão fechou contrato com a Cineluz Produções, da cineasta Sandra
Werneck, cedendo os direitos de adaptação do livro
em filme. A longa-metragem está em projeto e a produção não tem data definida
para iniciar as filmagens, porém estava previsto para que fosse rodado em
2012. Em 2014, Werneck divulgou que as filmagens foram adiadas pela falta
de patrocínios. Desde do início do projeto, Marina declarou que não quer
que a obra cinematográfica tenha cunho político.
Carreira
política
Ingressou no Partido Revolucionário Comunista (PRC),
organização marxista que se abrigava no Partido dos Trabalhadores, então
sob o comando do deputado José Genoíno.
Foi professora na rede de ensino secundário e
engajou-se no movimento sindical. Foi companheira de luta de Chico
Mendes e com ele fundou a Central Única dos Trabalhadores(CUT)
do Acre, em 1985, da qual foi vice-coordenadora até 1986. Nesse ano,
filiou-se ao Partido dos Trabalhadores (PT) e candidatou-se a deputada
federal, junto com Candidatos do PT nas eleições de 1986: Hélio Pimenta,
candidato a Governador, Chico Mendes, candidato a deputado estadual, Matias,
candidato a Senador. Obtendo o apoio de Chico Mendes. Marina e Chico Mendes não
foram eleitos.
Vereança
Em 1988, foi a vereadora mais votada do município de
Rio Branco, conquistando a única vaga da esquerda na câmara municipal. No mesmo ano, ocorreu o assassinato de Chico
Mendes, amigo pessoal de Marina. Nesse cargo, combateu diversos
privilégios dos vereadores e devolveu para os cofres da Câmara os benefícios
financeiros a que eles, inclusive ela própria, tinham direito. Com essas ações,
muitos adversários políticos foram criados, contudo a sua popularidade cresceu.
Assembleia Legislativa do Acre
Exerceu seu mandato de vereadora até 1990, quando
candidatou-se a deputada estadual e
obteve novamente a maior votação, tendo sido eleita.Logo no primeiro ano do
novo mandato descobriu-se doente: havia sido contaminada por metais
pesados quando ainda vivia no seringal, como consequência do
tratamento da leishmaniose,
de três hepatites e de cinco malárias.
Senado
Em 1994, foi eleita senadora da República, pelo
estado do Acre, com a maior votação, sendo a pessoa mais jovem a ocupar o
cargo de senador no Brasil. Foi Secretária Nacional de Meio Ambiente
e Desenvolvimento do Partido dos Trabalhadores, de 1995 a 1997.
Em 2002 foi reeleita, com projeção de cumprimento de
mandato até 31 de janeiro de 2011. Entre as mais de 100 proposições
apresentadas pela senadora, desde o primeiro mandato, destacam-se 54 projetos
de lei, dentre eles, o texto propondo a criação do Fundo de Participação dos
Estados e do Distrito Federal – FPE – para as unidades da
Federação que abrigarem em seus territórios unidades de conservação da natureza
e terras indígenas demarcadas.
Em 2008 retornou ao Senado, após longo período
exercendo o Ministério no governo Lula, Marina foi a primeira voz a
defender, na Casa, a importância de o Governo Federal assumir uma postura em
relação a redução das emissões de gases de efeito estufa. Em 2009 o
Governo anunciou, finalmente, a adoção dessas metas. Não sendo ainda
suficientemente, a senadora também cobrou do Governo e do Congresso
Nacional a inclusão de uma meta brasileira, com os percentuais para a
redução das emissões de gases do efeito estufa até 2020, no Plano Nacional de
Mudanças Climáticas, que seria aprovado e sancionado pelo Presidente da
República antes da realização da Conferência de Clima (COP15), realizada em
dezembro de 2009 em Copenhague.
Ministério do Meio Ambiente
Em
2003, com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência
da República, foi nomeada ministra do
Meio Ambiente. Desde então, Marina enfrentou
conflitos constantes com outros ministros do governo quando, segundo sua
avaliação, os interesses econômicos se contrapunham aos objetivos de preservação
ambiental. Uma das notáveis divergências envolvendo
a ministra e outro ministério ocorreu em 2008, quando Marina se desentendeu
com Roberto Mangabeira Unger, então
ministro da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da
República, devido ao fato da coordenação do Plano Amazônia
Sustentável (PAS) ter sido destinado à
Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos, vinculada diretamente à
Presidência da República. A então ministra-chefe da Casa Civil era Dilma Rousseff, com quem Marina já havia tido divergências em 2004,
quando Dilma era ministra das Minas e Energia. Em dezembro de 2006, enfraquecida por uma disputa
com a Casa Civil, que a acusava de
atrasar licenças ambientais para a
realização de obras de infraestrutura,
a ministra avisara que não estaria disposta a flexibilizar a gestão da pasta
para permanecer no governo.
Em
2007 Marina negou divergências com Dilma, sobre a concessão de licenças
ambientais. Afirmou, ainda, que o Ibama estava seguindo os padrões legais necessários para as providências
em concessão das licenças. Defendeu a ideia de que o Brasil tem de aprender a
impor seus limites, buscando o desenvolvimento sustentável, sem acabar com a
biodiversidade e com a vida.
A discussão entre conservação do meio ambiente e desenvolvimento, para
mim é um falso dilema. Ainda que na prática tenha que ser superada, não é
possível advogar pelo desenvolvimento sem promover a conservação ambiental.
As duas questões fazem parte da mesma equação
—Marina Silva, abril de 2007.
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Em 2008 agravaram-se as divergências com a ministra
Dilma Rousseff, da Casa Civil, em decorrência da demora na liberação das
licenças ambientais, pelo Ibama, para as obras no rio
Madeira, em Rondônia. Essa demora e o rigor na liberação dos documentos
foram considerados como um bloqueio ao crescimento econômico.
Durante sua administração no Ministério do Meio
Ambiente, Marina Silva acabou perdendo a luta histórica contra os transgênicos,
contra a usina nuclear de Angra 3, e também não conseguiu que a Comissão
Técnica Nacional de Biossegurança (CNTBio), aprovada em março de
2005, tivesse um caráter ambientalista, que era uma de suas metas
formais. Outras medidas adotadas pelo governo Lula nos últimos
anos foram de sua autoria ou contaram com sua participação e articulação
política, como a proteção maciça a todas as espécies de peixes do rio
Madeira, a redução em oito vezes do tamanho do lago do rio Madeira e a redução
da vazão de água na transposição do rio São Francisco.
Marina Silva também denunciou pressões dos
governadores de Mato Grosso, Blairo Maggi, e de Rondônia, Ivo
Cassol, para rever as medidas de combate ao desmatamento na Amazônia.
Em 13 de maio de 2008, cinco dias após o lançamento
do Plano Amazônia Sustentável (PAS), cuja administração foi atribuída
a Roberto Mangabeira Unger, Marina Silva entregou sua carta de demissão ao
presidente Lula, em razão da falta de sustentação à política ambiental, e
voltou ao exercício do seu mandato no Senado Federal. Sobre a saída de
Marina Silva do Ministério do Meio Ambiente, o presidente Lula declarou:
O importante é que tenha alguém
isento para tocar esse plano (PAS). A Marina não é isenta; o Stephanes não
é isento. Por isso, será o Mangabeira Unger
—presidente
Lula, em reunião no Palácio do Planalto para o lançamento do PAS em
8 de maio de 2008.
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Campanha presidencial de 2010
Pré-candidatura
Em 2007 um movimento apartidário de cidadãos,
denominado "Movimento Marina Silva Presidente", iniciou a defesa
pública de sua candidatura à presidência da República. A repercussão
internacional deste movimento fez com que o Partido Verde
Europeu influenciasse o Partido Verde do Brasil a
convidá-la para afiliar-se em seus quadros. Assim, desde agosto de 2009,
Marina foi cogitada a ser candidata à presidência da
República pelo Partido Verde (PV).
Candidatura
Em 11
de junho de 2010 anunciou oficialmente sua candidatura à Presidência da
República, em uma convenção do Partido Verde na qual afirmou pretender ser a
primeira mulher, negra e de origem pobre a governar o Brasil.
No
início de setembro, segundo pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, a candidata contava com 10% das intenções de voto,
contra 50% de Dilma Rousseff e 28%
de José Serra, número inferior aos
votos nulos e brancos, que à época somavam 11%. Um dia antes do pleito, o
instituto previa 16% do total de votos favoráveis à Marina, uma variação de 6%
em menos de um mês. De acordo com o Ibope, em pesquisa do início do mês de setembro, Marina Silva
teria 8% dos votos totais, contra 51% de favoráveis à Dilma Rousseff e 27%
favoráveis à José Serra. Na pesquisa da véspera das eleições, o mesmo
instituto previa para Marina 16% do total de votos, uma evolução de 8% em um
período de um mês. O crescimento de Marina Silva no primeiro turno
das Eleições brasileiras de 2010 foi
denominado pela imprensa como "onda verde".
Resultado
Ao final do primeiro turno das Eleições
Presidenciais de 2010, em 3 de outubro, Marina Silva obteve 19.636.359 votos, o
que correspondeu a 19,33% dos votos válidos, ocupando assim, o terceiro lugar
na disputa que seguiu para o segundo turno entre Dilma Rousseff e José
Serra. O resultado foi maior do que previam as últimas pesquisas de intenção
de votos. Os institutos Datafolha e Ibope, por exemplo, calculavam 17% dos
votos válidos para Marina e chegavam a prenunciar a vitória de Dilma ainda no
primeiro turno.
Marina Silva obteve vitória sobre os outros
candidatos em algumas capitais, como Brasília (41% dos votos
válidos), Belo Horizonte (39% dos votos válidos) e Vitória (37%
dos votos válidos). Ocupou a segunda colocação em estados como Rio de
Janeiro (31% dos votos válidos), Amapá (29% dos votos
válidos), Amazonas (25% dos votos válidos) e Pernambuco (20%
dos votos válidos).
Marina se tornou a candidata mais votada da história
na legenda, tornando-se destaque internacional em aliados do PV pelo
mundo, principalmente na América do Sul e Europa, onde o partido
vem ganhando força na última década. Marina foi lembrada pela Federação
dos Partidos Verdes das Américas (FPVA) pela força que
conquistou, segundo o copresidente da FPVA, o mexicano Leonardo
Álvarez, ela se tornou um ícone da legenda, tornando-se uma
referência juntamente com Antanas Mockus, da Colômbia, que transformou o
PV na segunda força eleitoral daquele país.
Em relação ao resultado final das eleições, Marina
parabenizou a candidata eleita pela maioria, “Parabenizo a ministra Dilma por
ter sido eleita presidente, e a primeira mulher presidente do Brasil”,
disse. A senadora desejou “boa sorte” a Dilma e afirmou que a nova
presidente deve ter no cargo “a simplicidade dos pombos e a sagacidade das
serpentes”.
Marina que se declarou "independente" em
relação ao segundo turno, obteve sua neutralidade e não revelou o voto. Ainda
pelo Twitter, Marina reforçou a parabenização dizendo: “a
ministra Dilma era a candidata de uma parte dos
brasileiros. A partir de agora, é a presidente eleita de todos nós nos próximos
quatro anos.
Campanha presidencial de 2014
Oficialmente
confirmada como pré-candidata à reeleição, Dilma Rousseff tinha entre
seus principais adversários o ex-governador de Pernambuco, Eduardo
Campos que faleceu em um acidente aéreo em 13
de agosto de 2014, restou então até a confirmação de Marina Silva como
candidata, o senador do PSDB por Minas
Gerais, Aécio Neves como principal adversário.
Em
outubro de 2013, após ter o registro do seu partido negado pelo TSE,
Marina abdica de sua candidatura à presidente, e resolve se aliar ao PSB e à Eduardo Campos. Os dois firmaram uma aliança programática. A dupla
confirmou a pré-candidatura da chapa que tinha Campos como candidato a
presidente e Marina na vice, durante evento realizado em Brasília, em 14 de abril de 2014.
Aécio Neves também confirmou a sua pré-candidatura pelo PSDB. O senador e ex governador de Minas Gerais só anunciou o nome do vice em 14 de junho, durante
a convenção nacional do partido que oficializou sua candidatura. Após a morte
de Eduardo Campos, ocorrida no dia 13 de agosto de 2014, o irmão de Eduardo,
Antônio Campos, defendeu que Marina deveria encabeçar a chapa de disputa à
presidência.
O
presidente do PSB Roberto
Amaral e demais dirigentes confirmaram no dia
16 de agosto de 2014 que Marina Silva estaria mantida na chapa e que ela
seria candidata, superando todo tipo de divergências no partido. As
negociações pelo nome de Marina foram iniciadas informalmente após ela ter dado
aval ao partido sobre sua possível candidatura e evitou um pronunciamento
público em respeito ao luto pela morte de Eduardo Campos. No dia 20 de
agosto de 2014, o PSB, em reunião na
sua sede em Brasília oficializou a candidatura de Marina Silva e Beto
Albuquerque como sendo os nomes da legenda
para a corrida presidencial o mesmo possuía prazo até o dia 23 de agosto de
2014 como estipulado na forma da lei em razão da morte de Eduardo
Campos para registrar a nova chapa no Tribunal
Superior Eleitoral (TSE). A chapa foi
registrada um dia antes do final do prazo.
Quero, primeiramente, agradecer a
Deus por estar nos ajudando a fazer essa travessia difícil, após a perda
daquele que havíamos escolhido para nos guiar nessa difícil tarefa de mudar o
Brasil. Mudar com a visão de que se começa o novo no novo, corrigindo os equívocos
praticados e encarando os desafios desse início de século.
—Marina, durante a oficialização da
candidatura à presidência para as eleições de 2014 pelo PSB.
Uma das
promessas de campanha, é que se fosse eleita, faria um mandato de apenas quatro
anos, pois declarou ser contra a reeleição para presidente, No dia 5 de
outubro de 2014, após o encerramento da apuração de votos, Marina Silva ficou
em 3º colocado com 22.154.707 de votos. Sua candidatura recebeu apoio de artistas e intelectuais como Caetano
Veloso, Marco Nanini, Ferreira Gullar, Gilberto
Gil, Thiago de Mello, e Moraes Moreira, No segundo turno manisfestou apoio ao candidato
do PSDB à presidência
da República Aécio Neves.
Campanha presidencial de 2018
Em
2018, Marina Silva candidatou-se pela Rede à Presidência da República. O
anúncio oficial deu-se em 4 de agosto de 2018 na convenção do partido. Eduardo Jorge, do PV, foi escolhido como candidato a
vice-presidente. Após o pleito, ficou em 8º lugar com 1.069.575
votos seu pior resultado em eleições presidenciais.
Partidos
políticos
Partido dos Trabalhadores
Marina
foi militante do Partido dos Trabalhadores (PT) por três décadas, num movimento que ajudou a construir,
participando das articulações políticas, defendendo as causas sociais e
direitos humanos, porém ainda não era filiada de início. Encorajada
principalmente por Chico Mendes, ela atende os pedidos de amigos e ingressa oficialmente na sigla,
registrando-se em 1985 e logo disputando as eleições do ano seguinte. Foi no PT
que Marina conseguiu embasamento para caracterizar seu perfil político e formar
uma estrutura consolidada em aspectos que a levava a conquistar o seus
objetivos. Durante esse longo período elegeu-se vereadora, deputada e senadora.
No
dia 19 de agosto de 2009, no entanto, Marina Silva anunciou sua desfiliação
do Partido dos Trabalhadores (PT). Afirmou que a decisão foi taciturna e a comparou com o fato
de ter deixado a casa dos pais há 35 anos num seringal rumo a uma cidade
grande.
Não se trata mais de fazer embate dentro de um partido em que eu
estava há cerca de 30 anos, mas o embate em favor do desenvolvimento
sustentável.
—Marina Silva, após anunciar sua desfiliação do Partido dos
Trabalhadores.
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Partido Verde
Em 29 de junho de 2011 o jornal Correio
do Brasil publicou uma nota informando que Silva estava prestes a se
desfiliar do Partido Verde(PV). Segundo a reportagem, Marina autorizou
seus aliados a buscarem abrigo temporário em outras legendas, enquanto a
própria ex-candidata à presidência recebeu convites do Partido Popular
Socialista (PPS).
Em 7 de julho de 2011, no evento "Encontro
por uma nova política", realizado na Zona Oeste de São
Paulo, anunciou oficialmente sua saída do Partido Verde (PV). "Manter a
coerência e seguir em frente, é o sentido de nosso gesto." disse Marina.
Ela ressaltou também que a saída do partido não tem motivação eleitoral.
Não é hora de ser pragmático, é hora
de ser sonhático e de agir pelos nossos sonhos.
—No discurso de
desfiliação do PV.
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Partido Socialista Brasileiro
Em 5 de
outubro de 2013 Marina filiou-se ao Partido Socialista Brasileiro e
manifestou apoio ao presidente do partido, o então governador de Pernambuco, Eduardo Campos,
um dos pré-candidatos à disputa pela presidência em 2014. Após conseguir
fundar a Rede, Marina Silva passou a ser filiada honorária do PSB.
Rede
Em 29 de junho de 2011, com os rumores que ela
poderia se retirar do Partido Verde, publicaram que Marina não descartava
a possibilidade da criação de uma nova legenda, juntamente com os demais que se
desfiliassem. No dia 16 de fevereiro de 2013, foi lançado a "Rede
Sustentabilidade", projeto para um novo partido liderado por Marina
Silva. Seria a legenda pela qual a ex-senadora pretendia concorrer pela
segunda vez à presidência, nas eleições de 2014, mas o partido não conseguiu
registro junto ao Tribunal Superior Eleitoral para disputar esse
pleito, por não ter atingido o número mínimo de assinaturas exigidas para sua
oficialização. Para conseguir o registro no Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) a legenda precisaria de cerca de 492 mil assinaturas de apoiantes — 0,5%
do total de votos válidos da última eleição. Entretanto, 95 mil assinaturas
foram invalidadas por cartórios eleitorais. Apesar de Marina ter entrado com
recurso para conseguir a validação e dos ministros do TSE — que votaram sobre a
possibilidade de criação do partido — terem destacado a certeza da lisura da
ex-senadora no processo, o Rede Sustentabilidade não conseguiu se oficializar.
Em 22 de Setembro de 2015, a Rede Sustentabilidade obtém seu registro definitivo
no TSE.
Prêmios e
honrarias
Sua
atuação pela preservação do meio ambiente lhe rendeu
reconhecimento internacional, tendo recebido uma série de prêmios
internacionais, como o "Champions of the Earth" da Organização
das Nações Unidas, por sua luta para proteger
a Floresta Amazônica.Pela criação do
Programa de Áreas Protegidas da Amazônia Regional, Marina foi premiada com
o The Duke of Edinburgh's Award da
ONG internacional WWF. Um ano mais
tarde, recebeu em Oslo, na Noruega, o prêmio Sophie, da Sophie Foundation. Marina foi
lembrada pela Fundação Príncipe Albert II de Mônaco e recebeu o Prêmio sobre
Mudança Climática, também por causa de sua atuação na área e pelas iniciativas
para criar um desenvolvimento sustentável. Em 2013 foi eleita pela Revista
Época, uma das 100 personalidades mais influentes
do Brasil e foi incluída em uma lista de 10 brasileiros que foram notícias
no mundo naquele ano, elaborada pela BBC Brasil.Foi chamada pelo jornal The New York Times de "ícone do movimento ambientalista".
Em 1996
Marina Silva recebeu o Prêmio Goldman do Meio Ambiente pela América Latina e Caribe,
nos Estados Unidos. Onze anos depois,
em 2007, por meio da Medida Provisória nº 366, ocupando o cargo de Ministra do
Meio Ambiente, Marina desmembrou o Ibama e
repassou a gestão das unidades de conservação da natureza federais para o Instituto
Chico Mendes. No mesmo ano, recebeu o maior prêmio
da Organização das Nações Unidas (ONU)
na área ambiental — o Champions of the Earth (Campeões da
Terra) — concedido a seis outras personalidades: o ex-vice-presidente dos Estados
Unidos, Al Gore;
o príncipe Hassan Bin Talal, da Jordânia; Jacques
Rogge, do Comitê Olímpico Internacional; Cherif Rahmani, da Argélia; Elisea Gillera Gozun, das Filipinas, e Viveka Bohn, da Suécia.
Em
2008, recebeu o Eco & Peace Global Award, entregue durante
a ECO 2008 — Conferência Mundial sobre Meio Ambiente e Cultura da Paz,
realizada em Brasília. Outras personalidades também receberam honrarias, como
Michael Kramer (pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha – Suíça);
Pauli Gunter Pauli, da Bélgica,
fundador da ZERI (Zero Emissions Research & Initiatives); Zilda
Arns, também brasileira, fundadora da Pastoral da Criança; Washington
Novaes, jornalista especializado em Meio Ambiente
e Paulo Nogueira Neto, ex-ministro de
Meio Ambiente. Em 1 de abril de 2009 recebeu o prêmio norueguês Sofia, de 100
mil dólares, por sua luta em defesa
da floresta amazônica. O motivo maior
da homenagem recebida por Marina Silva, segundo a Fundação Sofia, foi a redução
do desmatamento para o segundo nível mais baixo em vinte anos. Em 10 de
outubro de 2009, recebeu o prêmio Mudanças Climáticas, oferecido
pela Fundação Príncipe Albert II de Mônaco. Foi considerada um dos 100 maiores
protagonistas do ano de 2009 pelo jornal espanhol El País. Foi considerada também pela Revista
Época um dos 100 brasileiros mais influentes
do ano de 2009 e 2010.
Em
março de 2011 o perfil no Twitter de Marina ganhou o prêmio Shorty Awards, considerado pelo estadunidense The New York Timescomo o
"Oscar dos twitters". Entre os brasileiros, teve como indicados os
perfis da presidente Dilma Rousseff e
da Agência Senado, entre outros.
Na abertura dos Jogos Olímpicos de Verão de
2012, em Londres, carregou a bandeira com os anéis olímpicos juntamente
com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o maestro argentino Daniel
Barenboim e prêmios Nobel. O convite foi realizado pelo Comitê Olímpico
Internacional como reconhecimento pelo seu trabalho na proteção do meio
ambiente.
Em 2013, voltou para a lista dos 100 mais influentes
do Brasil da Revista Época. O que se repetiu em 2014.
Em 2014, o jornal britânico Financial Times elegeu
Marina como uma das mulheres do ano (Women of 2014), apontando-a como
uma das personalidade mais influentes em 2014. O jornal destacou a origem
humilde de Marina, a trajetória política e a sua ideologia.
Opinião,
postura e críticas
Ao longo de sua trajetória política, Marina envolveu-se em
polêmicas políticas e sociais. Defendeu o direito das escolas adventistas de
ensinarem o criacionismo — como
ela própria esclareceu depois, desde que também se ensinasse a teoria
da evolução. Segundo ela:
No espaço da fé, a ciência tem todo o acolhimento. Eu gostaria que a
fé tivesse o mesmo acolhimento da ciência.
—Marina Silva
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Em
2010, Marina também posicionou-se contra as pesquisas com células-tronco embrionárias,
tendo defendido a utilização de células-tronco
adultas, e contra a descriminalização do aborto, embora seja favorável à realização de um
plebiscito no Brasil para
tratar do tema.
Em
2010, disse ser contrária ao casamento entre pessoas do mesmo sexo,
embora tenha se posicionado favorável à união civil 'de bens' entre
homossexuais. Também diz ser contra a legalização de drogas
ilícitas, como a maconha, apesar de também defender uma consulta popular sobre o
tema. Em 2013, ela se declarou a favor da união civil homoafetiva, embora
evite usar o termo "casamento" neste caso. Em 2014, seu programa de
governo foi alterado 24 horas após ser divulgado, tendo optado por uma termos
menos explícitos.
De acordo com sua biografia, é a única ex-senadora a
ter abdicado da pensão vitalícia à qual tem direito pelo regimento do Senado
Federal, bem como do plano de saúde, e a única candidata à Presidência a fazer
devolução de R$500.000,00 em doações para a sua campanha presidencial, pois se
negou a concordar com o "modus operandi" das empresas doadoras.
Durante sua campanha em 2010, foi criticada
por Silas Malafaia,
pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, por sua opinião em relação ao
aborto, em defender um plebiscito.
A candidata Marina
Silva respondeu às declarações do pastor Silas Malafaia, que a acusa de
“jogar para a torcida” em assuntos considerados importantes pela comunidade evangélica,
como o aborto e o casamento gay, alegando que defender o plebiscito é coerência
programática. Além disso, Marina, enquanto
senadora, não teria apreciado como relatora o projeto de lei da Câmara nº 16 de 2009, de
autoria do deputado federal Filipe Pereira, que obrigaria todas as
bibliotecas públicas brasileiras a colocar à disposição um exemplar da Bíblia em
seu acervo.
Giowana Cambrone Araújo, ativista transexual e
coordenadora do elo estadual da Rede Sustentabilidade no RJ, afirmou que
"há de se ser justo e relembrar que o programa apresentado ainda
era o mais avançado dentre todos os candidatos, pois foram preservadas as
propostas da adoção de crianças por casais homoafetivos e o apoio à Lei João
Neri que prevê a requalificação civil de pessoas trans. No entanto, esse
equívoco ocorrido na publicação infelizmente fragilizou a campanha e começamos
a ser atacados e acusados de que essa mudança teria se dado pelos tuítes
oportunistas do Malafaia."
Giowana ainda diz: "O Malafaia nunca compôs
nada com a Rede e é um oportunista de marca maior. Afirmar que o Malafaia
tenha qualquer influência na Rede é desconhecer totalmente o movimento.
Também não vejo na Marina qualquer restrição aos direitos civis LGBT. Acho que
a Marina é uma pessoa muito aberta a essa questão de Direitos Humanos. Basta
ler a versão final do programa para entender isso. Mas no calor da
campanha, ganhou quem fez o marketing, não quem apresentou propostas e firmou
compromissos por escrito." Segundo ele, o voto de presidente foi para
o amigo Pastor Everaldo e ainda disse que rejeita ter tido influência
sobre ela e afirma que Marina não é candidata evangélica.
Em 6 de março de 2016, Marina atacou a postura
do PT de “fazer apologia ao confronto para se defender de acusações”,
e que o povo brasileiro merece ser reparado por erros do governo.
Em 4 de agosto de 2018, na convenção do REDE para
confirmar Marina na disputa da presidência pelo partido, Marina defendeu, que
se eleita, vai propor uma reforma política que acabe com a reeleição.
Fonte:
Wikipédia.
Comentário:
Minha opinião
sobre Marina Silva, que é uma pessoa que passou por diversas dificuldades e mesmo assim não se deixou cair. Estudou e deu uma grande contribuição para o meio ambiente.
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