Doença da Ameba
Disenteria amebiana (também conhecida
por disenteria amébica e amebíase) é uma forma
de disenteria causada por protozoários geralmente
do gênero Entamoeba.
Seu principal sintoma é uma diarreia severa e dolorosa com sangue.
Foi descrita pela primeira vez por Hipócrates e Celso que a
descreveram como um fluxo do ventre.
A Entamoeba histolytica,
é uma ameba típica, com movimentos
por extensão de pseudópodes e
capacidade fagocítica, que
evoluiu para viver como parasita humano.
A ameba Entamoeba díspar, é muito semelhante, mas que raramente
causa disenterias.
A entamoeba alimenta-se de bolo alimentar, bactérias intestinais,
líquidos intracelulares das células que destrói e por vezes também
fagocita eritrócitos. Tem proteínas membranares capazes de
formar poros nas membranas das células humanas, destruindo-as por choque osmótico, e
adesinas que lhe permitem fixar-se às células da mucosa de modo a não ser
arrastada pela diarréia. Além disso produz enzimas proteases de cisteína, que degradam o meio extracelular humano,
permitindo-lhe invadir outros órgãos e isso é perigoso.
Há muitas estirpes, a maioria praticamente inócua, mas algumas
altamente virulentas, e a infecção geralmente não leva à imunidade.
Ciclo de vida
Os cistos, com 15 micrómetros, são
formas resistentes expelidas com as fezes de pessoas infectadas. Após ingestão
de água ou alimentos contaminados, a passagem pelo ambiente ácido do estômago induz a sua
transformação já no intestino numa forma amébica que rapidamente divide-se em oito trofozoítos,
também amébicos. Os trofozoítos aderem fortemente ao meio, multiplicando-se e
causando doenças, e em alguns casos transformam-se em formas císticas, que não
aderem à mucosa e são expelidas pelas fezes.
Reprodução assexuada, possui ciclo
monoxeno, a alimentação ocorre por fagocitose, locomoção por emissão de
pseudopodes.Como é a transmissão da amebíase
A pessoa pode contrair amebíase:
·
Ao colocar qualquer coisa na boca que tocou em fezes de alguém infectado
pela E. histolytica.
·
Ao engolir algo, como água ou comida, que esteja contaminado com E.
histolytica.
Sinais e
Sintomas
Os trofozoítos multiplicam-se alimentando-se do bolo intestinal
após as refeições e destruindo por lise devido
à formação de poros membranares por proteínas especificas, os enterócitos (células
da mucosa intestinal). A maioria das infecções é controlada pelo
sistema imunitário, não havendo geralmente sintomas, mas havendo excreção de
cistos infecciosos nas fezes. No entanto se existir grande número de parasitas,
ocorre extensa necrose crônica (destruição) da mucosa intestinal,
com ruptura dos vasos sanguineos e destruição das célula
caliciforme que armazenam muco. Além disso
o sistema imunitário reage à sua presença com
geração de focos disseminados de inflamação do
intestino. O resultado é má absorção da água e nutrientes dos alimentos (devida
à destruição das vilosidades de enterócitos) com diarréia sanguinolenta e com
muco. Outros sintomas frequentes são as dores intestinais,
náuseas e vômitos. A formação de úlceras intestinais
é comum, e as perdas de sangue podem levar à anemia por
défice de ferro, particularmente em mulheres férteis (que já perdem sangue
mensalmente na menstruação). A disenteria amébica pode ser
recorrente, com períodos assintomáticos e outros sintomáticos, durante muitos
anos. Por vezes ocorrem infecções bacterianas devido à fratura da mucosa do
intestino. Esta infecção intestinal dura 12 dias. Se os parasitas se
disseminarem para além do tracto , podem causar outros problemas. No fígado destroem hepatócitos até
o sistema imunitário controlar a sua proliferação pela formação de um abscesso que
por vezes cresce e pode levar a problemas hepáticos. Raramente podem formar-se
abscessos no baço ou cérebro, complicações perigosas.
Sintomas de invasão sistémica são a febre alta
ondulante, tremores, sudorese, dores abdominais na zona do fígado (principalmente
à direita junto ao rebordo costal),
fadiga, hepatomegalia.
Diagnóstico
O diagnóstico da disenteria propriamente dita, é feito pela
observação de amostras de três dias diferentes de fezes ao microscópio
óptico. No entanto mais de 90% dos indivíduos com complicações
sistémicas podem já ter resolvido a infecção intestinal, logo o diagnóstico
pela análise de fezes poderá ser inconclusivo. Nestes casos a imagem do fígado
pela Tomografia computadorizada, detecção do DNA do
parasita pela PCR ou sorologia com detecção de anticorpos específicos
poderá ser necessária.
Epidemiologia
Segundo a OMS, há 50 milhões de novas
infecções por ano e 70.000 mortes. A disenteria amébica é mais prevalente nos
países tropicais mas também ocorre nas zonas temperadas e mesmo frias. Na
África, Ásia tropical e América latina, mais de dois terços da população terá
estes parasitas intestinais, apesar da maioria das infecções ser practicamente
assintomática. Ao contrário do que se pode pensar, não se restringe apenas a
países tropicais, mas é freqüente também nos países de clima frio. A falta de
condições higiênicas adequadas é a responsável por sua disseminação. A infecção
pela Entamoeba é bastante disseminada, com uma estimativa de prevalência
mundial da ordem de 10% da população apenas para as espécies Entamoeba
hystolitica e Entamoeba dispar e é a terceira maior causa parasitária de mortes
em todo o planeta. No Brasil, estima-se que a prevalência média de infecção
pela Entamoeba, sintomática ou não, é de aproximadamente 23% da população. No
entanto, o país exibe áreas de endemicidade onde esta taxa pode estar dobrada,
e regiões onde praticamente não há casos. A Entamoeba histolytica pode
permanecer no organismo sem causar nenhum sintoma. A infecção assintomática é
mais encontrada em países, como Estados Unidos, Canadá e países da Europa. As
formas graves de disenteria amebiana têm sido registradas com mais freqüência
na América do Sul, na Índia, no Egito e no México.
Tratamento
No tratamento é usado metronidazol, iodoquinol, paramomicina ou furoato de diloxanida, e
em alguns casos, dehydroemetina. Os abscessos
hepáticos avançadas poderão necessitar de cirurgia.
Fezes formadas: pesquisa de cisto
Fezes diarreicas: pesquisa de trofozoita
Prevenção
Não beber água de fontes
desconhecidas, não comer saladas e outros vegetais crus ou frutas cruas com
casca em zonas endémicas, lavar bem as mãos após usar o banheiro, mergulhar
verduras por 15 minutos em uma solução de 0,3g de permanganato de potássio para
10 litros de água ou 3 gotas de iodo por litro de água, entre outros.
Fonte:
Wikipédia
Comentário:
A doença da ameba é um perigo que devemos combater, o protozoário esta em uma grande vantagem em relação a nós. Minha mãe também trabalha com as amebas na UERJ, onde dá aula para os cursos da ára de saúde na universidade.
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