Os cometas
Um Cometa
é um corpo menor do sistema solar que quando se aproxima do Sol passa a exibir
uma atmosfera difusa, denominada cabeleira, e em alguns casos apresenta também
uma cauda, ambas causadas pelos efeitos da radiação solar e dos ventos solares
sobre o núcleo do cometa. Os núcleos são compostos de gelo, poeira e pequenos
fragmentos rochosos, variando em tamanho (desde algumas centenas de metros até
dezenas de quilómetros).
Fig. 1 – Cometa Halley - um dos mais conhecidos desde a antiguidade
A
palavra cometa é originada da palavra do Latim cometes que vem da
palavra do grego komē, que significa "cabeleira da cabeça".
Aristóteles usou pela primeira vez a derivação komētēs para descrever
cometas como "estrelas com cabeleira". O símbolo astronómico para
cometas consiste num disco com uma cauda similar a uma cabeleira.
Os
cometas são os únicos pequenos objetos do Sistema Solar que se conhecem desde a
mais remota Antiguidade. A civilização chinesa, sempre empenhada em manter
registos, tem referências ao cometa Halley (Figura 26.1) desde pelo menos o ano
240 AC. Encontram-se registos gráficos do mesmo cometa na tapeçaria de Bayeux,
normanda, do séc XI, e nos frescos de Giotto na Basílica Superior de Assis, em
Itália, do séc XIV.
Classificação e nomenclatura
Os
cometas são classificados em:
· Periódicos: são cometas que possuem órbita elíptica bem
alongada e geralmente voltam à vizinhança solar em períodos inferiores a 200
anos. Os nomes destes cometas começam com P ou de um número seguido de P.
· Não-periódicos: são cometas que foram vistos apenas uma vez e
geralmente possuem órbitas quase parabólicas retornando à vizinhança solar em
períodos de milhares de anos, caso retornem. Os nomes dos cometas não-periódicos
começam com C.
· Extintos: são cometas que já desapareceram por terem
colidido com outro astro ou que se desintegraram devido às suas passagens muito
próximas e frequentes pelo Sol. Os seus nomes costumam ser alterados para
começarem com a letra D.
Órbitas e origens
Mas,
afinal, de onde provêm os cometas?
Por que
razão é que a matéria que os constitui não se incorporou de forma “ordenada”
nos planetas do Sistema Solar ou nos seus satélites?
Ao
tentar responder a estas perguntas, o astrónomo Jan Oort notou que não só
nenhum cometa aparentava ter como órbita uma cónica aberta (parábola ou
hipérbole – que indicariam que provinha do espaço exterior) mas também que
havia uma forte tendência para que os afélios das órbita elípticas dos cometas
de período longo se agrupassem a distâncias da ordem das 50 000 UA.
Com base
nesta observação, Oort sugeriu que os cometas de período longo provinham de uma
região do espaço, que envolve o Sistema Solar a partir dessa distância. Essa
região teórica é hoje conhecida como Nuvem de Oort. Note-se que, a menos que
haja missões espaciais especificamente destinadas a investigar a nuvem de Oort,
nunca será possível observar a partir da Terra corpos tão pequenos a uma tão
grande distância.
Os
cometas de período curto provêm de uma região mais próxima, situada para lá da
órbita de Neptuno (a partir de cerca de 30 UA): a cintura de Kuiper. Estima-se
actualmente que a Cintura de Kuiper possa conter cerca de 35 000 objetos
maiores que 100 km – um número muito maior (e uma massa muito maior) que a
cintura de asteróides. É provável que Tritão, Plutão e Caronte não sejam mais
que os maiores objetos da Cintura de Kuiper.
O estudo
dos cometas é do maior interesse para compreender a origem do Sistema Solar e
mesmo, possivelmente, a origem da vida na Terra. Por esse motivo, as grandes
agências espaciais têm projetado e realizado missões para o seu estudo. A ESA
levou a cabo com sucesso a missão Giotto, que aproximou o núcleo do cometa
Halley em 2001 (Figura 2) e obteve as primeiras fotografias de alta resolução
de um núcleo cometário. Esta missão produziu várias surpresas: o núcleo do
cometa Halley é o objeto mais escuro do Sistema Solar (albedo 0.03 – mais
escuro que carvão), a sua densidade é muito baixa (cerca de 0.1 – o que implica
ser poroso) e contém grandes quantidades de compostos orgânicos incluíndo
aminoácidos.
Na maior
parte dos seus percursos orbitais, os cometas são aquilo a que alguém já chamou
“bolas de neve sujas”. O principal componente dos cometas é o gelo (de água), contendo
também outros gelos e poeiras.
Ao
aproximarem-se do Sol os cometas tornam-se ativos quando parte dos seus
componentes se vaporizam. É quando se tornam visíveis sem instrumentos a partir
da Terra.
Podem-se
referir, assim, as seguintes partes de um cometa ativo:
· o núcleo, relativamente sólido e estável,
uma mistura de gelos e poeiras;
· a coma ou cabeleira, uma nuvem densa de
água, dióxido de carbono e outros gases, sublimados a partir do núcleo pelo
calor solar;
· a nuvem de hidrogénio, invisível, com
milhões de quilómetros de diâmetro e que se estende por dezenas de milhões de
quilómetros;
· a cauda de poeiras, a mais evidente a
olho nu, constituída por poeiras arrastadas pela libertação de gases;
· a cauda iónica, com até algumas centenas
de milhões de quilómetros de extensão, composta de plasma por interação com o
vento solar.
Referência: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Referência: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.