O repertório de leitura de Clarice
Lispector, ou seja, seus textos escritos com implicações de caráter
interpretativo e crítico mediante referências materializadas em forma de
leitura, releituras, escritas, reescritas, mostra o “caldo de cultura” que atravessa
sua obra. Assim sendo, mais que um história de leituras de seus textos, o livro
aponta também, de forma mais abrangente, para a história do livro, do discurso,
da crítica e, de forma mais ampla, para o conhecimento.
A estrutura dos textos
de Lispector é frequentemente comparada ao desenvolvimento das tragédias
gregas, às jornadas dos heróis mitológicos e aos ritos epifânicos de iniciação,
descrevendo viagens interiores das protagonistas, revelações que elas recebem,
ao lado da racionalização de suas coações socioculturais.
Clarice Lispector é uma das escritoras
mais aclamadas da literatura modernista brasileira. De origem ucraniana,
Lispector veio para o Brasil quando ainda era uma criança de colo. E se
interessou pela literatura logo que aprendeu a ler e escrever. Com sua escrita
intimista, Clarice surpreendeu ao colocar o inconsciente nos seus
escritos.
A escritora era conhecida no meio
intelectual e convivia com grandes personalidades como Samuel Wainer, Rubem
Braga e Fernando Sabino. Apesar disso, chegou a assinar colunas em jornais com
os pseudônimos Helen Palmer e Tereza Quadros.
“Laços de Família” e “A Hora da
Estrela” foram obras que marcaram a carreira de Lispector e que são conhecidas
até hoje.
MOVIMENTO
LITERÁRIO
A autora pode ser classificada como
modernista, faz parte, mais especificamente, da 3ª fase do modernismo ou
geração de 45.
Estilo
O seu estilo é marcado pela inovação,
Clarice introduz características novas à literatura nacional. Os textos colocam
em foco o inconsciente, na literatura da escritora os sentimentos e sensações
dos personagens são muito importantes. A obra de Lispector apresenta
características intimistas, o indivíduo, com seus questionamentos e sua
intimidade, é a peça mais importante.
A representação do pensamento não é feita
de forma linear, é livre e desordenada. É possível ainda identificar a
instrospecção na técnica de desenvolvimento de texto. O mais importante na
construção do texto não é a correção gramatical e sim a expressividade.
BIOGRAFIA
Nascida na Ucrânia, Clarice foi
naturalizada brasileira. Recebeu o nome Haia Pinkhasovna Lispector ao nascer,
mas adotou Clarice quando veio para o Brasil com os pais. Filha de Pinkouss e
Mania Lispector, a escritora tem origem judaíca e na época em que nasceu seus
pais fugiam da perseguição ocorrida durante a Guerra Civil Russa, entre os anos
de 1918 e 1921.
Levada para o Brasil com apenas dois
meses, Lispector se considerava brasileira. Foi morar em Maceió com a família
da tia, Zaina. O pai resolveu mudar os nomes de todos da família, só uma irmã
de Clarice, Tânia, manteve o nome. A família depois foi viver em Recife.
O gosto
pela escrita começou cedo, assim que aprendeu a ler. Clarice era estudiosa e
tinha conhecimento em várias línguas. A morte da sua mãe, em 1930, marcou a vida
e a literatura da escritora, que colocava o sofrimento em seus textos.
Foi morar
no Rio de Janeiro quando tinha 15 anos. Na capital, cursou a Escola de Direito
na Universidade do Brasil, atualmente Universidade Federal do Rio de Janeiro,
mas não gostou do curso, a literatura era sua grande paixão. O primeiro conto
foi publicado na revista “Pan” em 1940, foi o conto “Triunfo”.
Clarice
conheceu o homem que viria a ser seu marido na faculdade e começou a namorar em
1942, ano de seu primeiro registro profissional, trabalhou como redatora do “A
Noite”. No ano seguinte, publicou “Perto do coração selvagem”, seu primeiro
romance. Pelo livro, recebeu o Prêmio Graça Aranha.
Depois da
morte do pai, Clarice é chamada para trabalhar na Agência Nacional, que distribuía
notícias durante o Estado Novo da Era Vargas. O convite foi feito pelo chefe do
Departamento de Imprensa e Propagada, o órgão de censura do governo.
Casou-se
com Maury Gurgel Valente em 1943. O marido começou a carreira diplomática, que
obrigou a escritora a morar em diferentes países, como Estados Unidos, Itália,
Suíça e Inglaterra. O primeiro foi justamente a Itália, em que atuou como
assistente voluntária da Força Expedicionária Brasileira durante a Segunda
Guerra Mundial.
Em 1952,
trabalha no jornal “Comício” e assina a “Entre Mulheres” com o pseudônimo
Tereza Quadros. No “Correio da Manhã”, já em 1959, escreve a coluna “Correio
feminino – Feira de utilizades” como Helen Palmer. Trabalhou ainda como
colunista no “Jornal do Brasil”. A escritora também fez traduções para
complementar a renda.
Lispector
teve dois filhos, Pedro e Paulo, nascidos em 1948 na Suíça e em 1953 nos
Estados Unidos, respectivamente. O primogênito foi diagnósticado com
esquizofrenia. Separada do marido em 1959, voltou a viver no Rio de
Janeiro.
Em 1966,
Clarice provocou um incêndio em seu quarto e quase perdeu a mão direita. A
escritora dormiu com um cigarro aceso e precisou passar meses internada. Os
anos que se seguem são de depressão para Lispector, que ficou com cicatrizes do
incidente. Em 1974, devido a uma mordida de cachorro no rosto, Clarice precisou
ser operada por Ivo Pitanguy.
Por “Laços
de Família”, uma de suas obras mais aclamadas, recebeu o Prêmio Jabuti. A
importante escritora era amiga de intelectuais como Samuel Wainer, Rubem Braga,
Fernando Sabino, Lúcio Cardoso. Otto Lara Resende chegou a afirmar: "Você
deve tomar cuidado com Clarice. Não se trata de literatura, mas de
bruxaria".

Fonte:
Unisc, Globo.com.
Comentário:
Clarice de fato foi uma lenda na
literatura. Suas crônicas deram esforços de grande importância na educação,
dando inspirações de sentimentos para futuros escritores atuais. Minha
professora Leila e minha mãe são super-fãs dessa autora havia muito tempo. Com
a fama das crônicas de Clarice darão esperança para futuros exemplares na
literatura.
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